Viúva de Campos tem grude dos filhos e crise de choro, diz amiga da família

Carlos Madeiro

Do UOL, no Recife

Ao sair da casa da família de Eduardo Campos, Leda Alves, a secretária de Cultura do Recife e amiga da família Campos, contou detalhes de como está o clima na casa onde ex-governador. Nesta sexta-feira (15), ela veio a uma nova celebração religiosa na casa da família, no bairro de Dois Irmãos, periferia do Recife.

Segundo Leda, a viúva Renata Campos diz que mira seus pensamentos a Eduardo para tentar "tranquilizar" ele sobre a criação dos cinco filhos que ficaram órfãos de pai.

"Ela me disse que estava dizendo em pensamento: 'fique tranquilo onde você está, meu amor, que dos nossos filhos eu dou conta'. A preocupação dele era muito grande com os filhos, com a família", disse Leda, visivelmente emocionada.

Leda contou que, apesar da serenidade que Renata vem mostrando, ela presenciou uma crise de choro da viúva de Campos. "Ontem Renata brincava com Miguel [filho mais novo, de 6 meses], dizia: 'Manda beijinho pra mamãe'. Parava para dar de mamar, e de repente a dor era mais forte e ela saia de cena para chorar. É uma mulher que dignifica as mulheres", contou.

Os filhos, segundo Alves, estão ajudando Renata e também se consolando. "Estão todos grudados. Quem não pegava o braço, pegava a perna, o cabelo. Eles estão dando e sentindo a força dela", disse.

Para Alves, a quem mais está abalada Ana Arraes, a mãe de Campos, que é a conselheira do TCU (Tribunal de Contas da União).

"Ela só me dizia como não é natural uma mãe enterrar um filho. Vemos filhos enterrar mães. Ela dizia 'Meu filho tão amado, tão querido por todos, tão bonito. Por que ele, e não eu? Eu já cumpri minha tarefa'. A gente ainda continua em estado de choque, como dizem vocês mais novos, a ficha não caiu. Ela está muito abalada. Só a fé sustenta, porque desorientou demais", relatou.

O prefeito do Recife e porta-voz da família, Geraldo Julio (PSB), tem evitado falar detalhes sobre o sentimento na casa, mas nesta sexta-feira, antes de viajar para São Paulo para acompanhar o desfecho das identificações dos corpos das vítimas do acidente aéreo de quarta-feira (13), ressaltou que há uma grande união da família.

"O cenário não mudou desde quarta. Estão todos muito unidos, um ajudando o outro, numa forma de arrumar forças para enfrentar o momento, que é muito difícil e sofrido para todos", afirmou.

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