Lindberg culpa UPPs por migração da violência para a Baixada Fluminense

Do UOL, em São Paulo e no Rio

O candidato a governador do Rio de Janeiro pelo PT, Lindberg Farias, disse nesta terça-feira (5) que "a partir das UPPs [Unidades de Polícia Pacificadoras], houve uma migração" da violência para a Baixada Fluminense. "Mas porque diminuíram os policiais nos batalhões."

 

A proposta dele é impor um "freio de arrumação" no sistema de UPPs, principal bandeira do governo do PMDB no Estado. A declaração foi dada durante sabatina promovida pelo UOL, pela "Folha de S.Paulo" e pelo SBT.

 

Lindberg disse que o projeto de UPPs não é adequado para todas as regiões do Estado do Rio de Janeiro e que, em algumas áreas, elas não seriam tão efetivas. "Tem candidato prometendo que vai levar UPP pra tudo quanto é lugar", criticou. Para o petista, a política de segurança não deve ser "só UPP". "Em vez de ampliar indiscriminadamente [as UPPs], eu quero primeiro ganhar essa guerra."

 

Após a sabatina, o candidato postou em sua página no Twitter que não pretende acabar com as UPPs e nem paralisar o projeto. "Lindberg Farias vai manter as UPPs, mas antes de ampliar o projeto vai analisar a viabilidade financeira de cada unidade", diz o texto.

 

O projeto de UPPs ficou internacionalmente conhecido ao implementar postos policiais em áreas do Rio de Janeiro historicamente dominadas por facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas. As áreas mais beneficiadas foram as favelas localizadas na zona sul do Rio de Janeiro.

 

O programa se transformou na principal vitrine do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e foi um dos responsáveis pela sua reeleição, em 2010, com 66% dos votos válidos. Nos últimos meses, porém, o programa se transformou em foco de preocupação devido aos constantes tiroteios entre policiais e traficantes em áreas onde as UPPs haviam sido implementadas. 

Em março e em abril deste ano, uma série de atentados contra sedes de UPPs na zona norte da capital fluminense fez com que o governo do Estado pedisse auxílio de tropas federais, a pouco menos de dois meses da abertura da Copa do Mundo no Brasil, em junho deste ano. Na região do complexo de favelas da Maré, as tropas federais continuam responsáveis pela segurança.

 

A crítica de Lindberg à atual política de UPPs acontece um dia depois de um levantamento da "Folha de S. Paulo" mostrar que a PM enfrentou tiroteios no Complexo do Alemão durante todos os dias do mês de julho.

 

Durante a sabatina, o candidato disse que é "um erro" ampliar demais o programa e que "a violência está explodindo na Baixada Fluminense".

 

Lindberg falou sobre as UPPs ao comentar sua mudança de domicílio após o fim de seu mandato como prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para o Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro.

 

Ele disse que, caso eleito, os novos policiais militares do Estado não serão direcionados exclusivamente para as UPPs.

 

"Os próximos policiais formados vão integrar, principalmente, os batalhões dessas regiões (Baixada Fluminense). Há uma grande desproporção no Rio de Janeiro", diz o candidato. Em 2013, os homicídios aumentaram 16% no Estado; especialmente na Baixada Fluminense e em Niterói.

 

Segundo o Esperançômetro do UOL, os eleitores do Rio manifestaram que segurança pública é o item onde eles esperam mais melhorias.

 

Crítico ao se referir à administração do ex-governador Sérgio Cabral, Lindberg disse que o projeto das UPPs "se perdeu". "O governo Cabral começou bem, as UPPs também, e foram se perdendo. Eles tiveram muitas oportunidades. Lula e Dilma liberaram muitos recursos", disse.

 

Primeiro candidato ao governo do Rio a ser sabatinado, o petista adotou tom crítico ao comentar sobre a gestão do PMDB à frente do Executivo. Segundo ele, Sérgio Cabral, que ocupou o cargo por mais de sete anos, e o atual governador e concorrente à reeleição, Luiz Fernando Pezão, governaram "para os ricos e para as elites e deram as costas para o povo". Ele também focou boa parte de sua fala na Baixada Fluminense.

 

Sabatinas

 
O UOL, a "Folha de S.Paulo" e o SBT sabatinarão quatro principais candidatos ao governo do Estado do Rio nesta semana. Na quarta (6), será a vez de Anthony Garotinho (PR). O representante do PRB no pleito, Marcelo Crivella, será sabatinado na quinta (7), e o atual governador e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), na sexta (8).
 
As datas das sabatinas foram definidas por sorteio na presença de representantes das respectivas campanhas.

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