Candidatos do DF declaram lancha, boneco gigante e minitrio elétrico

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

  • Folhapress/Agência Senado/Arte/UOL

    Da esq. para a dir., José Roberto Arruda (PR), Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), candidatos ao governo do DF

    Da esq. para a dir., José Roberto Arruda (PR), Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), candidatos ao governo do DF

Uma lancha, minitrios elétricos, bonecos gigantes e US$ 305 mil dólares. As declarações entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelos seis candidatos ao governo do Distrito Federal, que somam um total de R$ 6,2 milhões, incluem também 311 cabeças de gado e até duas linhas telefônicas, que, em tempos de barateamento da telefonia no país, chamam a atenção por valerem R$ 1,7 mil.

O deputado federal Luiz Pitiman (PSDB-DF) é o mais rico entre os seis que disputam o Palácio do Buriti, com patrimônio de R$ 2.641.264,00. Seu bem mais caro é uma casa no Lago Norte, bairro nobre de Brasília, de R$ 1,249 milhão, e é dele também a lancha, no valor de R$ 110 mil. Embora não tenha declarado nenhum carro, a sua assessoria não explicou como ele se locomove na cidade. Como deputado federal, ele não tem direito a carro oficial.

 

Pitiman informou ainda ter uma reserva de 305 mil dólares para "futuras viagens ou negócios", mas a sua assessoria tampouco informou por que ele guarda essa quantia nem se a quantia encontra-se em dinheiro vivo ou está em conta bancária. O deputado também é sócio de uma academia de ginástica e de uma construtora.


O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) vem em seguida com o segundo maior patrimônio: R$ 1.509.296,63, valor quase três vezes maior que os R$ 598 mil que ele declarou na sua campanha de 2006, quando se elegeu governador.


A evolução do seu patrimônio, segundo a sua assessoria, é compatível com a sua renda, conforme relatório do Ministério Público Federal feito a partir das investigações da operação Caixa de Pandora. Deflagrada pela Polícia Federal, essa operação revelou a existência de um esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM, partido ao qual Arruda pertencia à época. Ele chegou a ser preso por dois meses acusado de envolvimento no esquema.


A maior parte dos seus bens (R$ 776.994,50) é de salas e garagens em Brasília, adquiridos, de acordo com sua assessoria, com um bônus por tempo de serviço que recebeu ao se aposentar como engenheiro da CEB (Companhia Energética de Brasília), em 2008, quando ainda estava no cargo de governador. A entrada de R$ 300 mil foi paga e restaria ainda um saldo devedor de aproximadamente R$ 600 mil. Recursos obtidos com a venda de um apartamento recebido na transação com uma construção também foram usados na aquisição das tais salas.


Arruda declarou um carro Gol (R$ 30.990) e as já citadas linhas telefônicas, no valor de R$ 1.776,57. A explicação da sua assessoria é que, embora sejam baratas hoje em dia, já foram caras antes da privatização do setor e, por serem linhas antigas, Arruda precisa declarar pelo valor que tinham à época. Seus imóveis incluem ainda um apartamento em Brasília (R$ 195.261,56) e três em Itajubá (no total de R$ 281.373,68), em Minas Gerais.


O atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), declarou ao TSE possuir R$ 906.583,95, valor menor do que o informado na declaração de 2010 (R$ 1.150.322,00, não corrigidos pela inflação). Na eleição de 2006, seu patrimônio era mais modesto, da ordem de  R$ 224 mil.


O salto de 2006 para 2010 é decorrente, segundo sua assessoria, de seus rendimentos recebidos mensalmente e declarados à Receita Federal. Já a redução de 2010 para 2014 é explicada porque bens que antes estavam em seu nome estão informados na declaração da sua mulher, Ilza Queiroz. Em 2012, reportagem da "Folha de S.Paulo" revelou que ele declarou 80% dos seus bens à Receita no nome da mulher.


A maior parte do patrimônio de Agnelo está em aplicações bancárias (R$ 690.333,34). Ele tem ainda um consórcio (R$ 140.250,58) e um Kia Sportage Ano 2008/2009 (R$ 73 mil).


O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) tem R$ 764.233,36 em bens, com terras em Luziânia (GO), distante cerca de 60 km de Brasília, que somam 239 hectares, incluindo uma fazenda onde pastam 311 cabeças de gado (avaliadas num total de R$ 330 mil).


Da sua declaração constam ainda cinco minitrios elétricos (R$ 10 mil), que são pequenos carros de som usados durante a sua campanha para tocar música e acessar lugares pequenos, como feiras, além de sete bonecos gigantes (R$ 7 mil).


Segundo a sua assessoria, "os bonecos são uma marca das campanhas de Rodrigo Rollemberg desde 1998 e servem de ponto de encontro para a militância e para alegrar a campanha". Ele declarou ter R$ 116.797,40 no banco e R$ 20 mil em espécie. Ele informou ter uma pick-up S10 (R$ 59.216,96).


O servidor público aposentado Toninho do PSOL tem R$ 403.620,49, incluindo um lote de terra no Jardim Botânico, região da capital federal ocupada basicamente por condomínios fechados, no valor de R$ 273.600. Ele anda de Ford Ka (ano 2011), avaliado em R$ 36.730, e na sua conta bancária possui R$ 28.280,80. Segundo sua assessoria, ele vive em apartamento na Asa Norte de Brasília registrado no nome da sua atual mulher.


Sexta candidata na disputa, a jornalista Perci Marrara, do PCO, informou ao TSE não possuir nenhum patrimônio em seu nome.

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