Após denúncias sobre mesada de ONG, Bethlem desiste de candidatura à Câmara
Do UOL, no Rio
O ex-secretário municipal de Desenvolvimento Social e deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) afirmou em nota divulgada nesta quinta-feira (31) que vai retirar sua candidatura à reeleição.
O anúncio é feito dias após a publicação de reportagens das revistas "Veja" e "Época" que apontam a ONG Casa Espírita Tesloo como integrante de um esquema de corrupção que beneficiaria Bethlem durante sua gestão como secretário da Prefeitura do Rio.
O deputado foi flagrado em gravações de áudio e vídeo feitas por sua ex-mulher, a empresária Vanessa Felippe, admitindo receber mesada da ONG por conta de um dos contratos da pasta e ter uma conta na Suíça.
O ex-secretário municipal chegou a publicar uma imagem de documentos médicos referentes ao estado da saúde mental de Vanessa, que, segundo ele, teria tentado o suicídio "nos últimos dias".
"Em face aos recentes acontecimentos envolvendo o meu nome e pela necessidade de cuidar da minha família e preparar a minha defesa, declaro que estou encaminhando ao partido a retirada da minha candidatura para o pleito de 2014", escreveu o deputado.
Na terça-feira (29), vereadores da bancada de oposição ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) decidiram pedir a instalação de uma CPI para investigar os contratos. A intenção dos parlamentares é conseguir apoio de vereadores da base aliada ao prefeito, já que Paes abriu auditoria para apurar as denúncias de corrupção que envolvem o deputado.
"'Mesada' de ONG é minha principal fonte de renda", diz Bethlem
Já a promotora de Justiça Gláucia Santana, da 5ª Promotoria de Tutela Coletiva da Cidadania do MP-RJ (Ministério Público do Rio), decidiu intimar o atual titular da pasta e vice-prefeito da capital fluminense, Adílson Pires (PT) a comparecer pessoalmente ao MP-RJ para apresentar os contratos entre a secretaria e a ONG. Ela já havia enviado três ofícios solicitando à Secretaria de Desenvolvimento Social documentos de convênios entre a pasta e a Tesloo sem obter resposta. A promotora investiga os convênios entre a ONG e a prefeitura desde 2012.
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