Dilma vira "guia de turismo" de jornalistas no Palácio da Alvorada

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

  • Pedro Ladeira/Folhapress

    A presidente da República Dilma Rousseff (PT) conversou com jornalistas após a sabatina realizada pelo UOL, pela 'Folha de S.Paulo', pelo SBT e pela rádio Jovem Pan

    A presidente da República Dilma Rousseff (PT) conversou com jornalistas após a sabatina realizada pelo UOL, pela 'Folha de S.Paulo', pelo SBT e pela rádio Jovem Pan

A presidente Dilma Rousseff fez as vezes de guia de turismo do Palácio da Alvorada, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (28) e mostrou alguns dos ambientes da sua residência oficial aos jornalistas que acompanharam a sabatina promovida pelo UOL e "Folha de S.Paulo", em parceria com SBT e rádio Jovem Pan.

Bem-humorada, a petista liderou o grupo, formado por uns 20 jornalistas, do salão nobre, onde concedeu a entrevista, para o ambiente contíguo, a imponente biblioteca do palácio, com suas estantes que alcançam o teto. Era lá que ela queria que fosse a gravação. A troca do local rendeu uma bronca em público. "Aqui é a parte mais formal do palácio. Lá [a biblioteca] é menos formal", justificou.

Como uma boa cicerone, Dilma ia fazendo comentários e chamando a atenção para detalhes na decoração. "Olhem aqui uma fotografia do [ex-presidente] Juscelino Kubitschek dada pela família dele acho que ao Collor", apontou em tom hesitante para um portarretrato.

"Tem aqui uma dedicatória, alguém pode ler porque eu não enxergo?", perguntou, ao que foi prontamente atendida por um jornalista, que leu o ano de "1993" na data da dedicatória. "Foi ao Itamar [Franco]", respondeu outro jornalista. "Isso, ao Itamar", corrigiu-se a petista.

Pedro Ladeira/Folhapress
"Olhem esse teto. É Niemeyer puro. Tem gente que acha que a igrejinha é um dos lugares mais bonitos do palácio", disse Dilma sobre a capela

Em seguida, levou o grupo ao Salão de Estados, com uma mesa comprida no centro, e depois, já do lado de fora, à capela. "Olhem esse teto. É [Oscar] Niemeyer puro. Tem gente que acha que a igrejinha é um dos lugares mais bonitos do palácio", dizia, apontando para a pintura no teto.

O passeio seguiu pela parte de trás do palácio, onde dá acesso à piscina. "Entrei umas quatro vezes, com meu neto", revelou.

Durante a sabatina, que levou uma hora, Dilma comentou sua política econômica, o julgamento do mensalão e as denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras. Rebateu ainda críticas sobre a inflação e desconversou quando questionada sobre a parceria com Cuba no programa Mais Médicos.

Na metade final, uma visita inusitada: uma andorinha entrou no local e ficou dando voltas e mais voltas no salão de pé direito alto, atraindo a atenção dos presentes com o seu piar. "Eles [os pássaros] moram aqui. Tem um casal que está sempre aqui dentro. Eles querem entrar aí na sanca do teto", explicou depois a petista.

Já longe das câmeras, Dilma ainda bateu papo por mais outra hora sobre diversos assuntos, de política econômica internacional à espionagem americana, mas também sobre a sua rotina caseira. A petista contou que de vez em quando gosta de ir à cozinha. "Faço um bacalhau muito bom."

Ao final do tour, um jornalista de Minas Gerais, Estado natal da presidente, virou-se para ela e, em tom de brincadeira, disparou: "Já que a senhora foi gentil em mostrar a sua casa, quero retribuir a gentileza e convidar a senhora para agora mostrar a minha casa". "Só se tiver broa", respondeu Dilma prontamente.

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