O candidanto do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), atribuiu ao embate eleitoral às denúncias de que teria construído um aerorporto público, quando governador, em propriedade de parentes, em Claudio (150 Km de Belo Horizonte)."O que nós não podemos deixar é que na proximidade do processo eleitoral se deturpem os fatos." 

"Como alguém em sã consciência é capaz de achar ser um possível um governo ou um órgão público realizar, como disse um importante veículo de comunicação, que hoje se corrigiu em parte, que amenizou sua denúncia, um investimento público numa área privada?", disse o tucano nesta segunda-feira (20), em Caeté, região metropolitana de Belo Horizonte.

Reportagem da "Folha de S.Paulo" deste domingo (20) atribui a Aécio Neves o gasto de R$ 14 milhões, como governador de Minas, em aeroporto construído em propriedade de um tio, o ex-prefeito de Cláudio (MG) e fazendeiro, Múcio Tolentino. 

Aécio ainda afirmou ser favorável as investigações. 

"É lamentável que que num processo eleitoral surjam denúncias feitas por pessoas sem qualquer compromisso com a verdade, com os fatos, com os documentos", afirmou.

"Eu acho muito bom que se investigue. O maior aliado que nós temos, nessa nossa caminhada é a verdade, é a transparência. Qualquer homem público deve estar pronto para qualquer esclarecimento", disse.

Na visicta a Caeté, Aécio repetiu um gesto que seu avô, o ex-presidente Tancredo Neves, fazia em suas campanhas eleitorais e pedir bênçãos no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais

"Na Serra da Piedade, pedindo bênçãos à nossa padroeira, para que ela possa me iluminar nessa caminhada permitindo que eu possa andar pelo Brasil construindo um caminho novo para os brasileiros que mais precisam do Estado", disse o candidato.

Resposta

Em sua página no Facebook, o presidenciável também respondeu ainda no domingo (21) às denúncias:

"O aeroporto foi construído em área pertencente ao Estado, não havendo investimento público em área privada. Não houve nenhum tipo de favorecimento. Tanto que o antigo proprietário da área não concordou com a desapropriação e contesta suas bases na Justiça."

A questão virou alvo também do MP (Ministério Público) de Minas Gerais. O promotor Eduardo Nepomuceno disse que vai analisar os fundamentos da desapropriação citada e por que parentes de Aécio controlam na prática o aeroporto, que deveria ser público.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), afirmou que o senador tucano não distingue o ''público do privado". "Ele usou o governo de Minas Gerais como extensão de suas propriedades", disse Falcão.

O deputado estadual Rogério Corrêa (PT) também disse que começa a colher assinaturas nesta segunda-feira (20) para abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembléia Legislativa de Minas sobre o governo Aécio Neves.