Candidato ao Senado do PMDB em Minas diz não aceitar doações de empresas

Do UOL, em São Paulo*

A campanha do candidato ao Senado Josué Gomes (PMDB-MG) divulgou nota nesta terça-feira (15) em que diz que não aceitará doações de pessoas jurídicas. Gomes foi indicado em uma cartilha da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e do Sinditêxtil, sindicato patronal, como um dos políticos dignos do voto e de doações do setor.

O peemedebista, que é filho do ex-vice presidente José Alencar e presidente da Conteminas, gigante do setor têxtil, disse que não tinha conhecimento da cartilha e que, apesar de agradecer a confiança, "rearfirma sua decisão de não aceitar doações de empresas, seguindo a orientação do Supremo Tribunal Federal, que, não concluída, conta com o voto favorável da maioria dos ministros, no sentido de permitir apenas doações de pessoas físicas a campanhas políticas".

Na cartilha destinada a 80 empresários, e que depois foi replicada via e-mail para outros, Gomes estava ao lado de outros políticos como o candidato ao governo de São Paulo, Paulo Skaf (PMDB). Os dois já dirigiram a Abit. A lei eleitoral veda que partidos ou candidatos recebam "direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, precedente de entidade de classe ou sindical".

"Sugestões de apoio"

Além da lista intitulada como "sugestões de apoio", o material distribuído pelas entidades estipula a meta de R$ 1,5 milhão em doações para 17 postulantes a deputado federal. "O montante proposto é R$ 1,5 milhão para os 17 parlamentares federais. Além do apoio aos candidatos a deputado estadual e ao governo do Estado", diz a cartilha. Skaf é único candidato ao governo que consta do material.

A cartilha está dividida em três partes. A primeira, intitulada como "Eleições 2014: roteiro para contribuições", o responsável pelas relações governamentais da Abit, João Paulo Barroso, autor do material, fala sobre a importância de os associados apoiarem candidaturas favoráveis ao setor têxtil e também apresenta um passo a passo para que o filiado faça sua doação aos políticos recomendados pela entidade.

Na segunda parte, a Abit e a Sinditêxil divulgam um cardápio com o nome dos candidatos para os quais os associados podem fazer as doações. Na última, as instituições revelam um balanço de arrecadações nas eleições de 2010 e 2012 angariadas pelas entidades através do mesmo método proposto pelo material deste ano.

O setor têxtil têm representação política no Congresso Nacional, graças à frente parlamentar mista "José Alencar" - uma homenagem ao ex-vice-presidente que morreu em 2011 e comandava a Coteminas, empresa do ramo têxtil herdada pelo filho Josué, que este ano disputa sua primeira eleição. A frente parlamentar é formada por 202 deputados (a Câmara tem 513) e 32 senadores (o Senado tem 81).

Ao encaminhar a cartilha via e-mail para dezenas de outros empresários, o presidente da Sinditêxtil, Alfredo Emílio Bonduki, afirmou no corpo da mensagem: "Pudemos definir a relação de candidatos que entendemos que devem ser apoiados pelo setor. São 17 parlamentares federais e 4 estaduais, de partidos e Estados diversos, além, é claro, do absoluto e necessário apoio à candidatura ao governo do Estado de São Paulo do nosso prezadíssimo Presidente Emérito Paulo Antonio Skaf".

Dos políticos citados na cartilha da indústria têxtil, seis são do PSDB, cinco são do PMDB, cinco do PT, um é do PP, um é do PDT, um é do DEM, um é do PSD, um é do PV e outro é do PR.  *(Com Estadão Conteúdo)

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