"Bancada da bala" relata ataques na campanha e medo de virar alvo de criminosos

Rodrigo Bertolotto

Do UOL, em São Paulo

Eles foram barrados em certas áreas durante a campanha. Em carreatas, foram hostilizados. Simpatizantes não colavam seus adesivos de propaganda em carros por medo de represália. Paulo Telhada (PSDB) e Conte Lopes (PTB) são PMs aposentados e se elegeram vereadores em São Paulo.

Já coronel Álvaro Camilo (PSD), que comandou a PM no governo José Serra (PSDB) e deixou o posto para se candidatar, ficou como primeiro suplente na coligação e vai assumir uma vaga de vereador em janeiro. O grupo formado pelos três foi batizado de "bancada da bala".

Eles afirmam que o cargo público aumenta ainda mais a imagem de "alvos em potencial" em meio à onda atual de violência entre policiais e a facção criminosa PCC em São Paulo. 

Artigos após suas eleições destacavam que Telhada e Lopes, dois ex-comandantes da Rota, tinham somados 77 mortes em seus currículos policiais, muitas delas registradas como "resistência seguida de morte".

Clique na imagem e veja como ficou a composição da Câmara

  • Arte/UOL

"Eu desconheço esse número", afirmou Telhada em um dos vídeos acima. Já Conte Lopes, que foi deputado estadual por seis mandatos (1986 a 2010), diz que prefere ser "da bancada da bala que da bancada da mala"

Por seu lado, Álvaro Camilo, que tem apenas dois feridos em sua carreira, foi o comandante da Polícia Militar entre 2009 e 2012, estando no comando durante operações polêmicas, como as ações na Cracolândia, Pinheirinho e da reitoria da USP.

Em entrevista no estúdio do UOL, os vereadores comentaram sobre a situação da segurança pública na cidade e no Estado e apresentaram propostas para melhorar a área com medidas municipais.

Telhada e Camilo estreiam na política após irem para a reserva nos últimos meses. Os dois usaram a patente de coronel em seus nomes eleitorais.

Telhada, quinto vereador mais votado na cidade (89.053 votos), foi notícia desde o início de sua campanha. Uma reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", com o título "Ex-chefe da Rota vira político e prega violência no Facebook" e assinada por André Caramante, gerou uma série de ameaças de morte ao repórter após Telhada criticá-lo para seus seguidores em sua página na web.

Para o UOL, o ex-comandante da Rota nega responsabilidade e fala em "auto-promoção" do jornalista, que continua escrevendo sobre sua especialidade para o jornal, mas está no exterior para a proteção sua e de sua família.

UOL Cursos Online

Todos os cursos