Serra tem a pior votação do PSDB na capital paulista em um segundo turno desde 1998

Do UOL, em São Paulo

Além de ter sido derrotado por Fernando Haddad (PT) na disputa pela prefeitura, José Serra (PSDB) teve a pior votação de seu partido no histórico de disputas de segundo turno na cidade de São Paulo desde 1998, incluindo eleições estaduais e nacionais.

Com 44,4% dos votos válidos, Serra teve o resultado menos expressivo do PSDB nos últimos 14 anos. Antes do resultado deste domingo, só em 2002 a votação dos paulistanos no PSDB não havia superado 50%. Mesmo em eleições presidenciais nas quais o PT levou a melhor sobre os tucanos, São Paulo contrariou o resultado nacional. Tanto Alckmin, em 2006, e Serra, em 2010, venceram o pleito na cidade.

Até então, o pior desempenho dos tucanos havia ocorrido em 2002, quando o próprio José Serra obteve 48,9% dos votos dos eleitores da capital na disputa presidencial contra Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2010, no pleito contra a presidente Dilma Rousseff, Serra conquistou 53,6% dos votos na cidade de São Paulo.

As melhores marcas tucanas ocorreram em 2002, quando Geraldo Alckmin foi eleito governador pela primeira vez, com 64,2% dos votos, e em 1998, ano em que Mário Covas elegeu-se governador, com 59,9% do eleitorado.

De quebra, o resultado negativo das urnas para Serra fortalece ainda mais o nome de Aécio Neves para a disputa do Planalto, em 2014. Nessas eleições, o senador percorreu grandes cidades do país pedindo votos para peessedebistas e aliados. Sua vitória mais emblemática ocorreu em Belo Horizonte, onde Marcio Lacerda (PSB) venceu no primeiro turno a disputa contra Patrus Ananias (PT), aposta da presidente Dilma Roussseff.

Entre eleições municipais, estaduais e federais, os tucanos estiveram por sete vezes na segunda etapa das eleições desde 1994, quatro delas com Serra no páreo.

Rejeição e saída da prefeitura

Um dos fatores que explica o desempenho de Serra nesta eleição é o alto índice de rejeição dos paulistanos a seu nome. Durante a campanha, algumas sondagens apontaram que mais da metade dos paulistanos rejeitavam votar em Serra.

Em 2006, Serra deixou a prefeitura para disputar o governo do Estado, apenas um ano e três meses após assumir o mandato. Esse fato foi bastante explorado pelos adversários durante toda a corrida eleitoral, com insinuações de que o tucano poderia fazer isso de novo.

Outra quebra de promessa também fez Serra virar alvo de acusações. No ano passado, o candidato afirmou em entrevista que não disputaria a prefeitura. Nas prévias disputadas pelo partido, o tucano entrou após o período regular de inscrição, ganhando a indicação do PSDB.

Serra ainda foi tachado por concorrentes como padrinho politico do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que tem sua gestão mal avaliada pelos paulistanos. Em outubro, pesquisa Datafolha mostrou que 42% consideravam ruim ou péssima a administração de Kassab.

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