Mauro Nazif (PSB) derrota Lindomar Garçon (PV) e é eleito prefeito de Porto Velho

Do UOL, em São Paulo

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Mauro Nazif (PSB) conseguiu reverter o placar do primeiro turno e foi eleito prefeito de Porto Velho (RO). Ele derrotou Lindomar Garçon (PV) na disputa municipal.

Durante a campanha no segundo turno, o socialista chegou a se comparar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou: “É a quarta vez que disputo o cargo de prefeito. E, igual ao Lula, que tentou se eleger por quatro vezes, vou conseguir vencer essa eleição.”

Nazif foi ex-vereador de 1989 a 1993 e deputado estadual de Rondônia por três mandatos, de 1993 a 1995, 1999 a 2002, e 2010 até este ano.

No segundo turno, ele recebeu o apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do candidato do PSOL, Aluizio Vidal, e do PC do B. Em seu retorno ao horário eleitoral na TV, contou também com depoimentos do senador Cristovão Buarque (PDT-DF) e do ex-jogador de futebol e deputado federal Romário (PSB-RJ).

Nazif afirmou que, caso eleito, sua primeira ação seria resolver o problema das inundações e alagamentos na cidade. “Vou mobilizar o governo, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a prefeitura para fazer uma grande operação de limpeza já neste ano, para desobstruir os córregos e os bueiros.”

Perfil do eleito

Nome: Mauro Nazif Rasul
Partido: PSB
Nascimento: 30/01/1959
Município de nascimento: Barra do Piraí (RJ)
Ocupação: servidor estadual
Vice: Dalton di Franco (PDT)
Coligação: Porto Velho, a Hora é Agora (PDT / PSB)

Ele também se comprometeu a trabalhar por uma política de industrialização para a cidade e assumiu publicamente os compromissos de ampliar a oferta de água tratada para 100% do município e reduzir o déficit habitacional.

No últimos momentos da campanha, vieram à tona informações de que Nazif deixou de pagar o IPTU de um de seus imóveis de 2002 a 2006, segundo dados da 2ª Vara de Execuções Fiscais e Registros Públicos. 

Um dos processos movidos pelo município contra o candidato foi extinto após o pagamento de parte das dívidas (alguns dos créditos estavam prescritos), depois que a Justiça determinou a penhora do imóvel. O outro ainda está em trâmite. Nazif não comentou o caso até o momento.

 

Debates e troca de agressões

Em debate realizado dia 18 de outubro pela rádio CBN, os então candidatos trocaram acusações. “Vamos apresentar propostas e não ficar com ataques. Você me ataca porque sabe que eu estou na frente nas pesquisas”, afirmou Garçon. Nazif, por sua vez, tentou colar a imagem do candidato do PV à gestão do prefeito Roberto Sobrinho (PT), que tem alto índice de rejeição entre a população da capital. “O seu partido, o PV, apoiou o prefeito. Se apoia é porque concorda”, disse.

O socialista chegou a dizer, numa referência a Garçon, que “quem mente, quem usa o nome de Deus em vão, merece uns tapinhas no bumbum.”

No encontro seguinte, realizado no dia 22 de outubro pela TV Candelária, Garçon afirmou que a família Nazif receberia dinheiro de empresas de ônibus e de empreiteiras. Seu rival negou as acusações, mas na saída da emissora o candidato do PV foi confrontado por Gilson Nazif, irmão do socialista, e quase foi agredido por militantes do partido.

Cerca de uma hora depois, o comitê de campanha do PV foi alvejado por pedras e um tiro. Fiscais do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) foram até o local acompanhados pela polícia, e por medida de segurança Garçon foi levado para um hotel.

Candidato derrotado

Garçon já foi ex-deputado federal e prefeito de Candeias do Jamari (a 25 quilômetros da capital) por duas vezes, de 1997 a 2004, época em que era filiado ao PSDB. Ele liderou as pesquisas de intenção de voto durante a campanha e foi o único candidato do PV a disputar o segundo turno em uma das capitais do país.

Na volta ao horário eleitoral, o tempo de televisão de Garçon passou de dois minutos para dez, mas não foi o suficiente para que ele superasse o socialista. “Nem havia tempo direito para dizer meu nome é Enéas”, disse em entrevista, sobre o tempo que tinha no começo da disputa. Depois, ele conseguiu o apoio do PR e do PSDB, partido da candidata Mariana Carvalho, derrotada na etapa inicial do pleito.

Durante a campanha no segundo turno, Garçon afirmou que sua primeira providência caso eleito seria a abertura de concorrência pública para melhorar o sistema de transporte público na cidade. A qualidade do serviço prestado pelas duas empresas de ônibus que já atuam em Porto Velho, segundo ele, é motivo de reclamações "em praticamente todas as reuniões que realizamos nos bairros."

Na área de saúde, ele se comprometeu a acabar com o agendamento de consultas para que o paciente fosse atendido no mesmo dia em que comparecesse a uma das unidades.

Primeiro turno

No primeiro turno, o candidato do PV teve 24,76% dos votos (57.698), contra 18,99% (44. 259 votos) de Nazif. 

O socialista conseguiu passar para a reta final do pleito após uma disputa acirrada pela segunda colocação. Há poucos dias da eleição, as pesquisas de intenção de voto apontavam outros três candidatos em empate técnico: Mariana Carvalho, Fátima Cleide (PT) e Mário Português (PPS).

Carvalho teve o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que gravou um depoimento pedindo votos à sua candidatura. O vídeo foi exibido na propaganda da candidata no horário eleitoral. Já Cleide contou com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também gravou depoimentos para seu programa no palanque eletrônico. E Português, que nasceu em Portugal, foi apoiado pelo senador Ivo Cassol (PP-RO) e pelo ex-governador José Bianco (DEM).

Também concorreram Dr. José Augusto (PMDB), Aluizio Vidal (PSOL), Mario Sérgio (PMN) e Waltério Rocha (PSTU).

Dados da cidade

Nazif irá governar um município que é a terceira economia da região Norte e, de acordo com o dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é a cidade que mais cresceu economicamente no país. Em 2009, Porto Velho registrou uma expansão de 30,2% no PIB (Produto Interno Bruto), atingindo R$ 6,6 bilhões. Na região, a cidade só perde, em termos de PIB, para Manaus e Belém.

A maior parte da riqueza gerada vem da atividade comercial e de serviços (83,8%). Já o setor industrial contribui com aproximadamente 10% do PIB e a agropecuária, com 5,3%. A cidade ocupa uma área de 34 mil quilômetros quadrados situada na margem direita do rio Madeira.

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