Lauro Michels (PV) foi eleito neste domingo (28) o novo prefeito de Diadema (SP) e encerrou uma hegemonia de 12 anos do PT na cidade. O adversário de Michels no segundo turno foi o atual prefeito e candidato à reeleição, o petista Mário Reali.

Uma pesquisa divulgada no dia 3 de setembro pelo Ibope apontava 21% das intenções de voto para Lauro Michels. Nas cinco semanas que separaram a pesquisa do primeiro turno, o candidato do PV praticamente dobrou seu eleitorado e terminou o primeiro turno com 41,92% dos votos, contra 46,75% de Mario Reali.

Com a oportunidade de disputar o segundo turno, Lauro Michels costurou a frente anti-PT com candidatos derrotados no primeiro turno. A candidata tucana à prefeitura, Maridite Cristóvão de Oliveira, que ficou em terceiro lugar na votação de 7 de outubro, e o ex-deputado estadual e vereador eleito José Augusto da Silva Ramos, também do PSDB, aderiram à campanha de Lauro Michels, oficializando a aliança do verde com o PSDB. Michellis contou ainda com o apoio do humorista e Edvan Rodrigues de Souza, o Buiú da Praça (PMN), que ficou em quarto lugar na corrida à Prefeitura de Diadema. 

Lula e Haddad apoiaram rival

Para defender a continuidade da administração petista em Diadema, que completa 12 anos em 2012, nomes de peso do partido estiveram ao lado de Mário Reali durante toda a campanha.  

No primeiro turno, ele fez caminhada junto com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e discursou ao lado de Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo.

Os dois candidatos participaram de atividade de campanha na divisa de São Paulo com Diadema sobre o projeto de criação do chamado Arco do Futuro. Promessa de campanha de Haddad, o projeto engloba a avenida Cupecê, que tem seu início em Diadema.

O ex-presidente Lula também apareceu ao lado de Mário Reali em comício realizado durante a campanha para o segundo turno. Em seu discurso, ele pediu voto contra "o novo" na cidade do Grande ABC - que seria representado pelo verde Lauro Michels.

No palanque de Mário Reali, Lula disse que não se deve trocar "o certo pelo duvidoso" e que o país já apostou no "novo" em 1989, quando elegeu Fernando Collor, que sofreu um impeachment dois anos após a posse. O hoje senador é aliado do PT do Congresso. Em São Paulo, Lula pregou a eleição de Fernando Haddad (PT) como forma de renovar a política paulistana. 

Luiz Marinho, candidato reeleito no primeiro turno em São Bernardo do Campo, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Miriam Belchior, foram outros petistas que apareceram ao lado de Mário Reali defendendo sua reeleição.

Mensalão

O mensalão entrou na disputa em Diadema em episódios em que os dois candidatos trocaram ataques e acusações.

No segundo turno, após declaração de Miriam Belchior afirmando que a candidatura de Lauro Michels era um “pastel de vento” por, segundo ela, não ter propostas, o candidato da oposição afirmou que "é melhor ser pastel de vento do que ser pastel cheio de dólar do mensalão”.

No primeiro turno, Michels fez ilações de que a campanha de Reali tinha verba do mensalão. O prefeito entrou com representação judicial contra o rival na Justiça Eleitoral. A informação é do “Diário do Grande ABC”. 

Diadema

O prefeito eleito de Diadema, que possui população de 386.089 pessoas segundo o Censo 2010, governará uma cidade que luta para superar problemas sociais.

Segundo edição de 2008 do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) - adaptação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU, à realidade paulista, elaborado pela Fundação Seade junto com a Assembleia Legislativa de São Paulo – a cidade do ABC Paulista está entre os municípios bem posicionados na dimensão riqueza, mas possui níveis de escolaridade e longevidade abaixo da média do Estado.

O Censo 2010 mostra que Diadema possui taxa de analfabetismo de 4,4%, acima da taxa de analfabetismo no Estado de São Paulo, que é de 4,3%.

Em 2009, segundo o IBGE, o PIB (Produto Interno Bruto) de Diadema alcançou R$ 10 bilhões, a preços correntes. Apesar da riqueza da cidade ser formada principalmente pelo setor de comércio e serviços (R$ 4,7 bilhões), a indústria ainda tem um peso importante na economia de Diadema, contribuindo com R$ 3,8 bilhões do PIB. 

Na pesquisa “Avalie sua Cidade”, do UOL, os internautas apontaram a segurança como sendo a área mais problemática de Diadema, com 16,61% das indicações. 

Proposta do eleito

No plano de governo apresentado por Lauro Michels (PV) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o prefeito eleito lista cinco propostas para melhorar a segurança pública de Diadema.

Entre elas, Michels promete implementar ronda escolar, monitoramento por alarme nas escolas e órgãos públicos e programa de capacitação permanente da Guarda Civil Metropolitana.