"Haddad tucano" não elege sucessor em Jundiaí (SP) e vê PSDB perder reduto

Do UOL, em São Paulo

O atual prefeito de Jundiaí (58 km de São Paulo), Miguel Haddad (PSDB), não conseguiu eleger seu sucessor, o candidato  Luiz Fernando Machado, que obteve apenas 34,46% dos votos válidos e foi derrotado por Pedro Bigardi (PC do B), preferido por 65,54% dos eleitores.

Com a derrota, o “Haddad tucano”, que não quis tentar a reeleição, vê o PSDB perder uma cidade que governa ininterruptamente desde 1996. De quebra, permite a ascensão de um ex-petista, que contou com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a participar de um comício na cidade na reta final do segundo turno.

Lula e Alckmin

Reflexo da disputa nacional entre PT e PSDB, a campanha municipal envolveu grandes nomes da política estadual e nacional. Machado –que é deputado federal-- teve o apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a campanha.

A lista de apoios de peso de Bigardi foi mais extensa. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou mensagens de apoio ao candidato e na última segunda-feira (22) participou de um comício da cidade. Cinco ministros do governo Dilma Rousseff, entre eles Aldo Rebelo (Esporte), Aloízio Mercadante (Educação) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), também estiveram em Jundiaí em apoio ao comunista.

Bigardi, 52, é engenheiro civil e professor universitário de planejamento ambiental. Atuou por vinte anos como servidor público na prefeitura, onde participou da elaboração do Plano Diretor e de projetos de habitação, urbanização de favelas e planejamento ambiental.

Concorreu pela primeira vez à Prefeitura de Jundiaí em 1996 pelo PT. Seu vice, Durval Orlato, foi deputado federal e vereador por três vezes. Em 2009, Bigardi assumiu o mandato de deputado estadual.

Entre as propostas do eleito estão a criação da Secretaria de Segurança Pública, de bases da guarda municipal nos bairros, contratação de mais 200 guardas, construção de creches com o apoio do governo federal, instalação de uma universidade pública na cidade, criação do centro tecnológico, reestruturação completa do sistema de transporte público e a construção de UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) para desafogar os hospitais da cidade.

Perfil do eleito

Nome: Pedro Antonio Bigardi
Partido: PC do B
Nascimento: 28/12/1959
Município de nascimento: Jundiaí (SP)
Ocupação: Engenheiro
Vice: Durval Orlato (PT)
Coligação: Jundiaí Para Todos (PT / PSL / PPL / PSD / PC do B)

Além de Machado e Bigardi, disputaram a Prefeitura de Jundiaí no primeiro turno os candidatos, Claudio Miranda (PMDB), Ibis Cruz (PTN) e Vanderlei Victorino (PSOL).

Avaliação

O atual prefeito, Miguel Haddad (PSDB), desistiu de tentar a reeleição. Ele está completando seu terceiro mandato, não consecutivo, à frente da Prefeitura de Jundiaí.

O prefeito causou polêmica ao se licenciar do cargo por 15 dias para se dedicar a pedir votos para Machado.

Na enquete "Avalie sua cidade", do UOL Eleições, Haddad recebeu nota média de 7,9 dos internautas.

Cerca de 20% dos leitores apontaram o trânsito como o maior problema da cidade, seguido de saneamento, com mais de 10% dos votos.

Para amenizar o problema do trânsito, Bigardi afirmou que irá realizar obras não feitas pela atual administração como o trevo da avenida Jundiaí e a alça de acesso da avenida 9 de julho com a rodovia Anhanguera.

Para saneamento, as propostas são implementação do Plano Municipal de Habitação e regularização de loteamentos clandestinos.

A cidade das reeleições

Ao depender do histórico da cidade, Bigardi tem tudo para ser reeleito daqui a quatro anos. Ou após isso.

Na galeria de prefeitos de Jundiaí, por diversas vezes os ocupantes do cargos voltaram ao Executivo, mesmo muito antes da mudança constitucional que permitiu a reeleição.

Já no começo do século 20, dois prefeitos voltaram a ocupar a cadeira mais importante do município após o término de seus mandatos. A história repetiu-se nos anos 1950.

Mais recentemente, outros casos merecem destaque: Pedro Fávaro (1964-1969; 1977-1983), Walmor Barbosa (1969 e 1973, e reassumiu após 16 anos), André Benassi.

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