A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), está sendo investigada pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) em razão de uma denúncia sobre sua participação na campanha do petista Elmano de Freitas durante horário de expediente.

Em nota, o MPE disse que, “de acordo com matérias jornalísticas divulgadas na imprensa local, há evidências da participação da Prefeita em atos de campanha eleitoral, no horário normal de expediente”.

Ainda segundo o MPE, o caso que chamou a atenção ocorreu na última terça-feira (23), quando a prefeita participou, no período da tarde, do comício de Elmano que contou com a presença do ex-presidente Lula. Para o MPE, a conduta seria vedada e, caso comprovada, a prefeita deverá responder a processo na Justiça.

Por meio da assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral de Justiça do Ceará a promotora Janemary Benevides Pontes disse que recebeu o caso na última quinta-feira (25) e ainda está analisando os fatos, sem informar a data em que dará um parecer sobre o caso.

Luizianne nega irregularidade

A prefeita afirmou ao UOL, por meio da sua assessoria de imprensa, que entende que não cometeu qualquer ato irregular. Luizianne garantiu que não existiu nenhuma atividade a qual tenha participado em horário de trabalho.

Em relação ao comício de Lula, ela afirmou que ele foi realizado “no horário de almoço para não comprometer o trabalho”. O comício de Lula ocorreu às 13h e, segundo Luizianne, não comprometeu o trabalho.

 

Questionada sobre a decisão de não se afastar do cargo durante a campanha eleitoral, a assessoria de imprensa informou que ela vai seguir no cargo até o 31 de dezembro e que há obras a serem inauguradas. “Não precisa se afastar. Pode se fazer campanha à noite.”

Atitude da prefeita motivou críticas dos irmãos Gomes

A participação de Luizianne Lins em eventos durante o dia gerou críticas de aliados do candidato Roberto Cláudio (PSB). especialmente esta semana, quando o governador do VeCid Gomes (PSB) tirou licença para participar ativamente da campanha.

Luizianne criticou a decisão de Cid Gomes e disse que o governador não deveria se afastar num momento em que o Estado passa por dificuldades como a seca, considerada a maior dos últimos 30 anos e que castiga mais da metade dos municípios do Estado.

Irmão de Cid, o ex-ministro Ciro Gomes criticou a postura da prefeita. “Vejo [o afastamento de Cid] como um ato de decência, que é a nossa prática. A lei diz que se um governante se envolve num ato de política durante horário de expediente ele está cometendo um ato de corrupção, que é isso que dona Luizianne está fazendo. O MP está investigando é ela, não o Cid. Ele despiu-se da estrutura do poder, está lutando na rua sem remuneração pública pela libertação da cidade, afirmou.

Já o governador Cid Gomes foi mais comedido na hora de comentar o caso e as críticas de Luizianne sobre o seu afastamento. “Quem deve cuidar desse caso [do não-afastamento] é o MP. Tirei licença porque entendo que o correto é tirar licença para participar da campanha”, disse.