TRE manda campanha de Serra tirar do ar jogo virtual "Missão Impossível", que satiriza Haddad

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

  • No jogo virtual, internauta é convidado a fotografar obras de Fernando Haddad em São Paulo

    No jogo virtual, internauta é convidado a fotografar obras de Fernando Haddad em São Paulo

A Justiça Eleitoral proferiu decisão liminar nesta quarta-feira ordenando que a campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) retire do ar o jogo virtual "Missão Impossível", que satirizava seu adversário, Fernando Haddad (PT).

A decisão judicial, proferida pelo juiz Henrique Harris Junior, 1ª Zona Eleitoral, atende a pedido da campanha de Fernando Haddad. Este é o segundo jogo virtual, no formato de aplicativo para o site de relacionamentos "Facebook", que a campanha de Serra coloca no ar nesta semana, e que a Justiça ordena que seja retirado da internet na sequência. 

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No aplicativo, que, até a publicação desta reportagem, continuava no ar,  o "jogador" é convidado a encontrar e fotografar obras de Fernando Haddad na cidade de São Paulo. Cada foto enviada com uma obra do petista na cidade vale pontos ao internauta. 

As obras que devem ser fotografadas são escolas, hospitais, quadras esportivas, universidades e creches. Em cada um dos "desafios" que são propostos pelo jogo, há um texto que carrega críticas --diretas ou não-- a Haddad.

Na "missão" das escolas públicas, por exemplo, lê-se o seguinte: "Para um ministro da Educação, nenhuma tarefa é mais óbvia do que criar uma escola. Como Fernando Haddad foi um ministro com orçamento bilionário, ele deve ter criado dezenas de escolas na cidade de São Paulo, certo? Sua missão é encontrar e fotografar uma delas!"

Haddad foi ministro da Educação por sete anos, até deixar o cargo, em janeiro deste ano, para concorrer à prefeitura paulistana.

Procurada pela reportagem, a campanha de Serra afirmou que "não há ofensas pessoais no jogo virtual. O que existe são apenas críticas políticas". Já a campanha de Haddad não comentou a ação do adversário, apenas entrou com ação judicial pedindo a retirada do aplicativo do ar.

Angry Haddad

Este é o segundo jogo para Facebook que a campanha de Serra lança nesta semana. O juiz eleitoral Henrique Harris Júnior, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, suspendeu na última segunda-feira o jogo "Angry Haddad", uma sátira do aplicativo "Angry Birds", que fora divulgada no site oficial da campanha tucana. "Quer ajudar o PT a destruir SP?", anunciava o banner do jogo na página de José Serra.

O aplicativo colocava Haddad destruindo a cidade ao lado do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do deputado federal Paulo Maluf. De acordo com a descrição feita pelos tucanos, o game mostra a "destruição" que o candidato petista causaria à cidade caso eleito.

Na versão original de "Angry Birds", um dos games de grande sucesso no mercado, pássaros são usados como bombas para atacar alvos. No jogo tucano, as aves ganharam os traços de Haddad, José Dirceu e Paulo Maluf.

"Tudo o que Haddad precisa para destruir São Paulo é o seu apoio, quer ver? Use os bonecos do Haddad, do Maluf e de Zé Dirceu para arrasar a cidade!", dizia a introdução do jogo.

A campanha de Serra vem usando a propaganda eleitoral na TV para associar Haddad aos réus do mensalão, entre eles José Dirceu, e também tem criticado o apoio de Maluf à candidatura petista.

No "Angry Haddad", os alvos eram uma unidade da AMA (Assistência Médica Ambulatorial), uma escola técnica, uma estação de metrô e uma unidade de atendimento da Rede Lucy Montoro --todos estão no plano de governo do candidato tucano.

Quando o jogo termina, o usuário era instado a não votar no candidato petista para evitar a destruição de São Paulo. "Mas se não quiser ver isso acontecendo de verdade, é fácil: Não vote em Fernando Haddad!".


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