ACM Neto e Pelegrino usam mensalão do PT e do DEM como munição no debate em Salvador

Do UOL, em São Paulo

No primeiro debate na TV entre os candidatos que disputam o segundo turno pela Prefeitura de Salvador, ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT), exibido na noite desta quinta-feira (18) pela Rede Bandeirantes, teve o mensalão do PT e do DEM e as críticas a gestões de ambos os partidos como temas centrais do encontro.

“Quem entende de corrupção é o PT, que está sendo condenado pelo STF [Supremo Tribunal Federal]. (...) O senhor vai continuar homenageando José Dirceu?”, disse Neto, logo na segunda rodada de perguntas entre os candidatos, após uma troca de acusações sobre um suposto desvio de verba na secretaria municipal de Saúde, que já teve no comando gestores indicados pelo DEM e pelo PT.

“Quem andava de mãos dadas com José Dirceu era o senador ACM [Antônio Carlos Magalhães, avô do candidato do DEM], que se dizia muito amigo José Dirceu. Ele [ACM Neto] não fala do mensalão do DEM de Brasília. Arruda disse lá atrás na revista 'Veja' que ajudou a campanha de 2008 do DEM em Salvador. Ele não fala do senador Demóstenes Torres, líder do partido dele, envolvido com bicheiro”, respondeu Pelegrino.

Neto faz referência ao julgamento pelo STF do caso conhecido como mensalão, que condenou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) por corrupção ativa, por ter atuado num esquema para a compra de apoio parlamentar no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Já Pelegrino citou o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) --que deixou o governo após denúncias de corrupção, num caso que ficou conhecido como mensalão do DEM--, e o ex-senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM), que teve o mandato cassado após acusações de envolvimento com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.

O assunto foi citado em outras três rodadas de perguntas entre os candidatos. Neto negou que sua campanha a prefeito tenha recebido recursos intermediados por Arruda, e disse que o ex-governador desmentiu a matéria da revista “Veja” que tratou do assunto. A matéria de Veja, de 2011, é citada no site da campanha de Pelegrino.

Governador x prefeito

Durante o debate, Neto procurou associar o candidato do PT às críticas dirigidas ao governador do Estado, Jaques Wagner (PT), em temas abordados pela propaganda democrata, como a segurança pública e o uso de um helicóptero pelo governador.

O ataque à gestão de Wagner fez com que a discussão fosse polarizada com críticas de Pelegrino às gestões estaduais de Paulo Souto (DEM) e do ex-senador ACM, morto em 2007, que governou o Estado por três mandatos.

Pelegrino por sua vez buscou ligar Neto ao prefeito João Henrique (PP), o terceiro com pior avaliação entre as capitais do país, com 67% de avaliação ruim ou péssima, segundo ranking do Ibope divulgado em 18 de setembro.

O prefeito não declarou apoio a nenhum candidato nesta eleição. O PP integra a coligação da candidatura de Pelegrino. Em 2008, ACM Neto apoiou a reeleição de João Henrique, após ser derrotado no primeiro turno. O candidato do DEM afirmou no debate que não tem ligação com a atual gestão municipal.

“O time que governa a Bahia há seis anos está perdendo o jogo para a violência. A criminalidade só faz crescer”, afirmou Neto.

“Ele não critica João Henrique porque ele é apoiado pelo prefeito, e agora quer colocar na conta do governo do Estado a responsabilidade da prefeitura. Na época que eles governaram, a Bahia era a terra do grampo, dos grupos de extermínio”, disse Pelegrino.

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