Na frente no Datafolha, Fruet reage com desconfiança à pesquisa

Rafael Moro Martins

Do UOL, em Curitiba

O candidato do PDT à Prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), reagiu com desconfiança à pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (18) que o coloca na frente, neste segundo turno, de Ratinho Jr. (PSC). Conforme o levantamento, Fruet com 52% das intenções de voto, ante 36% de Ratinho. Considerados apenas os votos válidos, o pedetista abre um dianteira de 20 pontos percentuais no Datafolha – 60% a 40%.

No primeiro turno, as pesquisas --inclusive a de boca de urna, realizada pelo Ibope-- indicavam que o prefeito Luciano Ducci (PSB), e não Fruet, seria o adversário de Ratinho no segundo turno. Procurada pela reportagem, a assessoria do candidato do PSC não comentou o resultado do Datafolha até o fechamento deste texto.

Ratinho Jr. foi o vencedor do primeiro turno com 332.408 votos (34,09%) dos votos válidos, no primeiro turno. Gustavo Fruet teve 265.451 votos (27,22%).

“Tivemos uma grande lição com as pesquisas no primeiro turno. Somente os números das urnas têm real valor. Por isso, peço a nossa militância que redobre os esforços nestes dez dias até a eleição. Nosso empenho, dedicação e humildade serão determinantes”, informou Fruet, por meio de sua assessoria de imprensa.

Fruet informou ainda que “o resultado das pesquisas em nada altera nosso plano de trabalho". "Nossa campanha continuará focada na apresentação de propostas mais detalhadas.”

A pesquisa Datafolha foi encomendada pela "RPC TV", retransmissora da "TV Globo" em Curitiba.

O levantamento mostra que 8% dos entrevistados disseram que pretendem votar em branco ou anular o voto, e 4% afirmaram estar indecisos. O Datafolha entrevistou 1.267 pessoas entre quarta e quinta-feira, e registrou a pesquisa no TRE/PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) sob o número PR-00679/2012. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou menos.

Ratinho passou a atacar Fruet e o PT

Nos últimos dias, a campanha de Ratinho Jr. passou a atacar a aliança do ex-tucano Fruet com o PT e a tentar explorar a rejeição ao petismo tradicional na cidade –o partido jamais conquistou a prefeitura de Curitiba, e Lula e Dilma Rousseff perderam as três eleições presidenciais na cidade para adversários tucanos.

Uma da propagandas levadas ao ar na TV afirmava que “não dá pra confiar em gente que muda tanto assim”. Outro dizia que “Gustavo vai na frente e o PT vem logo atrás, escondidinho. Sabe como é que é? Será que desta vez eles conseguem? Acho que não, hein. O curitibano não vai deixar”.

Ao longo do primeiro turno, o candidato do PSC disse manter um bom relacionamento com o PT –deputado federal licenciado, é integrante da bancada de apoio a Dilma e foi um dos coordenadores da campanha da presidente no Paraná, em 2010.

“Minha crítica é voltada à aliança que o PT em fez em Curitiba com um algoz de Lula, Dilma e tantos outros. Critico o PT de gravata, a incoerência e oportunismo das lideranças petistas locais”, afirmou Ratinho, na quarta-feira, em nota.

Nesta quinta, após a divulgação do Datafolha, Ratinho deu mostras de que a estratégia será reforçada nos próximos dias de campanha.

“Queremos mostrar para a sociedade que essa aliança [entre Fruet e PT] não é legítima. Até há dois anos, Fruet dizia, em seu programa eleitoral para o Senado, que aquele era um governo de quadrilheiros, de ladrões. O PT de gravata quer usar o Gustavo para pegar a prefeitura”, falou, antes de entrar para o debate na "Band", que ocorre nesta noite.

Apesar disso, disse não se tratar de ataques ao PT. “Não fizemos ataques a ninguém. Só dissemos que a coligação não é legítima”, disse.

Por conta da estratégia, o ministro Paulo Bernardo questionou, ao UOL, na quarta-feira (18) se Ratinho “quer virar o José Serra, nosso maior adversário”.

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