Haddad diz que espera imparcialidade da Justiça ao julgar o mensalão mineiro

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou, em entrevista na noite desta terça-feira (16) ao telejornal “SPTV”, da TV Globo, que espera que o STF (Supremo Tribunal Federal) seja imparcial quando julgar o chamado "mensalão tucano" de Minas e  que julgamento do mensalão do PT atrapalhou a discussão de propostas para o município.

Haddad afirmou que respeita a decisão do STF -- que condenou, no dia 1º, 12 réus ligados a partidos da base aliada do governo federal no julgamento do item que trata do recebimento de propina por parte dos aliados-- e que foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que indicou o procurador-geral que fez a denúncia e que indicou a maioria dos ministros que julgaram o processo.

Entre os que já foram condenados pela Corte por corrupção ativa estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o deputado federal e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o publicitário Marcos Valério. O julgamento ainda não terminou.

“Então, eu penso que do ponto de vista institucional, nós devemos respeito ao Supremo Tribunal Federal e temos que aguardar a condução dos trabalhos até o julgamento do chamado mensalão do PSDB de Minas porque aí o Supremo vai dar uma prova cabal de que foi imparcial e que julgou todos os partidos de forma igual, o PSDB, o PT, o DEM e todos os partidos que foram envolvidos nesse episódio”, afirmou Haddad.

O chamado “mensalão tucano”, citado por Haddad, diz respeito ao julgamento pelo STF do suposto financiamento ilegal da campanha para o governo de Minas Gerais do hoje deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Azeredo perdeu a eleição. O caso, ocorrido em 1998, também ficou conhecido como “valerioduto mineiro” pois, assim como no processo petista, as denúncias também envolvem Marcos Valério. A denúncia só foi apresentada e aceita pela Justiça mineira em 2010. Teriam sido desviados R$ 3,5 milhões.

Durante a entrevista, Haddad ainda criticou o candidato a vice-prefeito de São Paulo, Alexandre Schneider (PSD), ex-secretário municipal de Educação, por não construir creches utilizando recurso do MEC (Ministério da Educação). Ele disse que o município não se credenciou para receber recursos da União para saúde e educação.

"Vocês fizeram uma matéria no SPTV, quase dois anos atrás, em que eu dizia: 'o recurso está disponível para as creches'. E o secretário do [atual prefeito Gilberto] Kassab, que é vice na chapa do Serra, foi entrevistado, recupere o vídeo, ele vai dizer: 'eu não tenho terreno para construir as creches que o Haddad está colocando à disposição para a cidade'. Você acha, paulistano, que é justo um secretário da Educação alegar falta de terreno numa das maiores cidades do país para não receber R$ 250 milhões do governo federal?", disse o petista.

Haddad também afirmou que seu partido aprendeu com as últimas derrotas eleitorais na cidade --em 2004, Marta Suplicy, após criar a taxa do lixo, não foi reeleita-- e que não irá propor novas taxas.

"Nós não aprovaremos nenhuma taxa e eu prometo acabar com a taxa da Controlar [de inspeção veicular]", afirmou.

Agenda

Haddad se reuniu com dirigentes de sete centrais sindicais (CGTB, CSB, CTB, CUT, Força Sindical, UGT e Nova Central Sindical dos Trabalhadores),na região central da cidade na tarde desta quarta-feira (17). Ao rebater as críticas de seu adversário José Serra (PSDB) a sua gestão no MEC (Ministério da Educação), ele afirmou que o tucano reclamou da aprovação do piso nacional do magistério, em 2008, e apoiou recursos judiciais de governadores contra a medida.

“Os professores das universidades ficaram os seis anos da minha gestão sem greve nenhuma. Ele (Serra) tem desinformado a população. Nos bastidores, ele lutou muito contra a aprovação do piso nacional do magistério, chegou a me ligar reclamando da lei que foi aprovada no Congresso Nacional. Ele dizia que a lei interferia na gestão estadual e municipal, que era uma lei federal e eu expliquei a ele: nós mudamos a Constituição para garantir a dignidade do professor", afirmou Haddad.

Em visita ao bairro Heliópolis, Serra disse que a afirmação sobre sua ligação "é mentira". "É mentira dele. Aliás, o Haddad propôs o piso nacional do magistério para a cidade de São Paulo porque ele ignora que o piso na cidade de São Paulo é muito mais alto do que o piso nacional", afirmou Serra após visita a conjunto habitacional em Heliópolis, na zona sul da capital.

O ministro do Trabalho, Brizola Neto, vice-presidente nacional do PDT, acompanhou o candidato e reafirmou o apoio do seu partido ao petista. Ele disse que o apoio do ex-candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo, Paulinho da Força, a Serra é individual e não reflete a decisão nacional do partido.

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