Paulinho diz que resolveu apoiar Serra porque Dilma não cumpriu acordos feitos na campanha

Débora Melo

Do UOL, em São Paulo

O deputado federal Paulinho da Força, candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, anunciou nesta quinta-feira (11) o apoio de seu partido, o PDT, a José Serra (PSDB). O tucano vai disputar o segundo turno com o petista Fernando Haddad.

O PDT compõe a base de apoio do governo Dilma Rousseff, mas optou por apoiar os tucanos em São Paulo. Paulinho, que é presidente estadual do PDT, deixou claro que a aliança com o PSDB era um recado para a presidente.

"Para que ela [Dilma] possa assumir os compromissos que fez, nós decidimos apoiar o candidato Serra", disse Paulinho, referindo-se aos acordos feitos com o PT durante a campanha presidencial de 2010, quando Dilma foi eleita.

"Acabar com o fator previdenciário, reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais, fazer política salarial para os aposentados e acabar com o desconto do Imposto de Renda na participação nos lucros. Tudo isso faz parte de um acordo feito durante a campanha de 2010 que até hoje não foi cumprido. A gente cansou dessa história de ser enrolado pelo governo."

Paulinho, contudo, não descartou voltar a apoiar o PT no futuro. "Se a presidente Dilma cumprir os compromissos que fez conosco, não tem razão para não apoiar."

Questionado se o apoio a Serra, então, se tratava de um recado para a presidente, Paulinho disse que era "um recado da falta de compromisso". "Não adianta apoiar o PT se eles não cumprem os compromissos", disse.

Paulinho afirmou que o PSDB não ofereceu cargos ao PDT em troca do apoio e disse que a aliança "era mais pelo passado do que pelo futuro". Em seguida, o deputado federal mais uma vez expôs sua mágoa com o PT.

"Se você dá mais poder ao PT, dá a principal cidade do país a eles que já têm a Presidência da República, eles vão se sentir tão poderosos que vão achar que não precisam de mais ninguém", disse.

Questionado se o apoio a Serra prejudicaria a relação do partido com o PT no âmbito federal, Paulinho disse que tem autonomia para fazer alianças. "Conversei bastante com o presidente [do partido Carlos] Luppi e eu tenho liberdade para apoiar o Serra."

Paulinho disse que foi bastante sondado pelo PT para apoiar Haddad, mas que não atendeu aos telefonemas. "Fui procurado por vários membros do PT, inclusive pelo Fernando Haddad. Mas não atendi." 

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