"Não vou repercutir bobagens", diz Serra sobre declarações de pastor contra Haddad

Débora Melo

Do UOL, em São Paulo

José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, disse nesta quarta-feira (10) que não iria comentar os ataques do pastor Silas Malafaia, da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, contra o seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT).

Malafaia, que declarou apoio a Serra, tem dito que Haddad apoia ativistas gays e, citando o kit anti-homofobia --que ficou conhecido como kit gay--, afirmou na última terça-feira (9) que iria "arrebentar" o petista.

A cartilha contra a homofobia, apelidada de kit gay por alguns segmentos religiosos, seria distribuída em escolas pelo Ministério da Educação em 2011, na gestão Haddad. A presidente Dilma Rousseff, porém, decidiu suspender a distribuição após protestos de religiosos no Congresso.

"Não vou ficar repercutindo bobagens. Eu não assumi nenhum tipo de compromisso com o pastor Malafaia", disse Serra. “Ele me apoia, não pedi nada em troca. Várias coisas que ele coloca não são pauta da minha campanha", afirmou.

Com a declaração, Serra tenta desvincular sua imagem dos ataques envolvendo a polêmica do kit gay. No artigo "'Kit gay' será em 2012 o aborto de 2010", o jornal "Folha de S.Paulo" aponta que os ataques de cunho religioso não deverão nunca ser feitos por Serra: a tarefa ficará sob responsabilidade das igrejas e dos aliados do tucano, que vão se esforçar para associar o petista ao kit encomendado pelo MEC.

Em 2010, Serra também evitou ser o responsável por tratar da ambiguidade de Dilma Rousseff quanto à descriminalização do aborto.

As declarações de Serra foram dadas após caminhada em Pirituba (zona norte). A região é considerada "zona volátil" pela campanha de Serra, ou seja, é uma região onde o tucano tem potencial para crescer no segundo turno. Na votação do último domingo, Serra teve 31,46% dos votos nessa zona eleitoral, contra 26,43% de Haddad.

Durante a caminhada, o candidato tucano estava o tempo todo acompanhado do vereador eleito Coronel Telhada (PSDB), ex-comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, elite da Polícia Militar no Estado de São Paulo).

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