Ratinho Junior diz que não trocará apoio no 2º turno por aliança em 2014

Janaina Garcia

Do UOL, em Curitiba

O candidato do PSC à Prefeitura de Curitiba, Ratinho Júnior, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (8) que não condicionará eventuais apoios que receber para o segundo turno à formação de alianças para 2014.

Além disso, o candidato sugeriu que seus dois principais oponentes na disputa de primeiro turno, Luciano Ducci (PSB) e Gustavo Fruet (PDT), teriam condicionado suas candidaturas ao apoio a projetos políticos de PSDB e PT, respectivamente, para o governo do Estado: Ducci, com a reeleição de Beto, e Fruet, com eventual candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

“Agora é hora de refletirmos sobre as estratégias adotadas, mas estamos muito abertos a pessoas de bem que queiram mudanças sem raiva e sem rancor. Mas não vou vender minha consciência para ser prefeito: não posso e não vou colocar a Prefeitura em jogo para fazer jogo político. O processo eleitoral de 2014 é para ser construído de forma ampla lá em 2014”, definiu. "Não usaremos a Prefeitura como uma alavanca política, mas como um instrumento político", discursou.

Em uma avaliação da campanha até agora, Ratinho Junior creditou ao próprio "talento" o desempenho nas urnas.

"Por isso o Brasil é tão escasso de líderes: quando você tenta fazer algo diferente, é criticado", disse, referindo-se às suposições de desistência que chegaram a ser propostas no início da campanha ou à classificação de "azarão" que sua candidatura recebeu no curso da campanha. "Acredito no meu talento. E, claro, no de minha equipe. Mudamos a história política de Curitiba, uma cidade extremamente conservadora, e do Paraná", declarou.

Imagens da corrida eleitoral pela Prefeitura de Curitiba
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Críticas já começaram

Apesar de prometer uma campanha sem ataques, Ratinho Junior alternou qualidades ao adversário --como todos os participantes da sucessão municpal, classificou ele, Fruet é uma "pessoa de bem" --com críticas já nesse primeiro dia da campanha  de bastidor.

Enquanto Fruet sugere que o oponente usa "frases de efeito" ou "frases decoradas", sem detalhamento de propostas, Ratinho Junior lembrou da briga travada entre o pedetista e Ducci, na Justiça Eleitoral, na qual a campanha de Fruet foi acusada de confeccionar panfletos apócrifos. "Baixa e covarde", na avaliação do candidato do PSC, a estratégia entrou na berlinda assim como o mote de quem é o "novo" para a administração municipal --que foi governada durante mais de 20 anos pelo grupo político que deixa a vez com Ducci.

"A irmã do Gustavo estava na secretaria de Educação do Ducci até oito meses atrás; o próprio Gustavo era do partido do governador até ano passado, Acredito que a mudança é nossa, tanto que não fizemos um panfleto sequer contra candidato". Questionado se vai explorar o tema do mensalão --já feito contra Fruet por adversários, no primeiro turno; o pedetista é coligado com o PT --, o deputado federal disse que não o fará. "Tem que ver como os eleitores encaram isso", resumiu.

Ao final da entrevista, ele voltou a lembrar dos panfletos apócrifos e sugeriu: "Se a pessoa não tem as rédeas [da equipe de campanha] nas mãos, vai querer ter da Prefeitura?"

Richa diz que "padrinho" não resolve

Hoje de manhã, no Palácio Iguaçu (sede do governo estadual), o governador Beto Richa (PSDB) minimizou o fato de Ducci ter sido derrotado apesar do apoio dele --principal cabo eleitoral do candidato à reeleição. Ducci ficou a 4.402 votos de Fruet e se tornou o único entre os prefeitos de capitais que não prosperou ao segundo turno eleitoral.

“Antigamente existia uma facilidade de transferência de voto; hoje, o eleitor é focado nada ou quase nada nos apoiadores ou padrinhos políticos”, disse, para complementar: “É completamente equivocada a hipótese de desgaste [dele próprio]. Eu poderia citar dois casos similares ao nosso e que não desgastaram Dilma: em Londrina, a candidata que era ministra [Márcia Lopes, do PT, ex-ministra do Desenvolvimento Social[ não avançou ao segundo; em Recife, Lula entrou de cabeça na campanha e Humberto Costa, também ex-ministro do PT [da Saúde], não passou ao segundo turno”, citou.

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