Radialista policial filiado ao PV lidera renovação de 47% na Câmara de Curitiba

Rafael Moro Martins

Do UOL, em Curitiba

Vereador mais votado em Curitiba, com 14.819 votos, o radialista policial Cristiano Santos (PV) pode ter sido decisivo na definição do resultado mais importante do domingo, na cidade, para sua coligação: a ida do candidato de sua coligação à prefeitura, Gustavo Fruet (PDT), ao segundo turno.

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Nos últimos dias de campanha, Santos --filho de outro repórter policial, Roberto Aciolli, apresentador do programa 190 Urgente, na rede "CNT", e deputado estadual eleito em 2010 pelo PV --participou de carreatas e eventos de campanha ao lado de Fruet.

O pedetista conquistou a vaga no segundo turno com uma vantagem de apenas 4.402 votos ante o prefeito e candidato à reeleição Luciano Ducci (PSB) --o equivalente a 0,5% dos votos válidos.

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Santos lidera uma renovação de exatos 47% dos vereadores da Câmara de Curitiba, que conheceu em 2011 o maior escândalo de sua história com as denúncias que tiveram como epicentro os contratos de publicidade firmados pelo ex-presidente João Claudio Derosso (à época no PSDB, atualmente sem partido e sem mandato, por quebra de fidelidade partidária).

A irmã de Derosso, Mary, que buscava uma vaga na Câmara pelo PSDB, não conseguiu se eleger. A família tem tradição no Poder Legislativo de Curitiba --o pai de João Claudio, João Derosso, foi vereador por 25 anos. João Claudio, eleito pela primeira vez em 1988, presidiu a casa por 15 anos, a partir de 1997, e foi aliado fundamental para três prefeitos: Cassio Taniguchi (DEM), Beto Richa e Luciano Ducci.

Perderam o mandato a vereadora Renata Bueno (PPS), uma das maiores críticas de Derosso na casa, que também criou casos com outros vereadores --a quem chegou a chamar de “gentalha”. Cotada para concorrer à prefeitura pelo PPS, Renata foi afastada da disputa pela cúpula do partido --comandado no Paraná desde a fundação pelo pai dela, o deputado federal Rubens Bueno, que também perdeu as eleições como candidato a vice-prefeito com Ducci.

Também não se elegeu o marido de Renata, Juliano Borghetti (PTB), outro que descende de linhagem tradicional na política paranaense – é irmão da deputada estadual Cida Borghetti (PP), casada com o ex-deputado federal Ricardo Barros (PP), atualmente secretário licenciado da Indústria e Comércio do governo Beto Richa (PSDB).

Mesmo o atual presidente da Câmara, João Luiz Cordeiro (PSDB), o João do Suco, não obteve novo mandato. Também ficaram de fora vereadores com vários mandatos consecutivos, como Jair Cézar (PSDB). No lugar deles, assumem algumas figuras pouco conhecidas como Mestre Pop (PSC) e outras notórias --caso do ex-jogador do Atlético-PR Paulo Rink (PPS) e de Bruno Pessuti (PSC), filho do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB).

O PSDB, derrotado na corrida pela prefeitura com Ducci e legenda do ex-presidente Derosso, também viu sua bancada encolher --de 11 vereadores até o ano passado, terá apenas quatro a partir de 2013. Por outro lado, o PSC de Ratinho Junir passa a contar com a maior bancada da casa --seis vereadores.

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