Na cidade com menos habitantes, mulher de vereador mais votado tem um voto

Ana Paula Rocha

Do UOL, em São Paulo

Paulo Mecânico, agora eleito pelo PSB como vereador mais votado de Borá (487 km de São Paulo), cidade com menos habitantes do Brasil conforme o Censo 2010 do IBGE, venceu os três familiares com quem disputava uma vaga na Câmara nestas eleições.

Paulo foi um dos personagens da reportagem Na cidade com menos habitantes do Brasil, vereador é eleito com diferença de um voto.

O UOL visitou Borá dentro do projeto UOL pelo Brasil --série de reportagens que percorreu municípios em todos os Estados do Brasil durante a campanha eleitoral deste ano.

Paulo teve 86 votos. Ele disputava com a própria mulher, Marcia Luciane Silva dos Santos (PTB), que obteve um voto, com o cunhado, Angelo Aparecido da Silva (PSDB), o Nico, que teve 21 votos, e com o sogro, Carlinho Zica (PSB) --12 votos.

Marcia disse que a disputa na própria família pode ter dificultado a conquista por eleitores e conta que a mãe, a aposentada Aparecida Merci, manteve o voto em segredo.  

Veja a reportagem do UOL pelo Brasil sobre Borá (SP)

Já o candidato do PSDB à prefeitura, Nelson Celestino Teixeira, sofreu uma perda dupla nestas eleições. Os 177 votos que conquistou foram considerados inválidos, pois ele está com a candidatura impugnada.

Além disso, mesmo a cidade tendo uma trajetória de eleitos com poucos votos, ainda que fossem considerados válidos, ele não venceria o adversário, atual prefeito que conquistou a reeleição, Luiz do Açougue (PT). Ele teve 783 votos.  

Teixeira foi barrado na Lei da Ficha Limpa porque por conta de um pedido do MPE (Ministério Público Eleitoral) --que solicitou sua impugnação por causa da rejeição de suas contas, em 2008.

O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) acatou o pedido e barrou a candidatura, mas Teixeira entrou com recurso junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que ainda não julgou o caso.

Teixeira, diz o MPE, teria deixado de investir pelo menos 15% do orçamento da cidade em saúde em 2008, último ano do último dos quatro mandatos dele como prefeito.

De acordo com o advogado de Teixeira, João Antônio Bacca Filho, isso ocorreu porque o Tribunal de Contas não considerou os gastos com um veículo da prefeitura, que, segundo ele, era usado pela área da saúde.

As despesas não teriam sido consideradas porque o veículo não tinha nenhuma identificação da Secretaria Municipal de Saúde. Bacca Filho defende que isso não pode qualificar Teixeira como “ficha suja” por não se tratar de ato doloso, enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário público.

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