Campanha de rua em Curitiba termina com rap gospel, Eguinha Pocotó e Homem-Aranha

Janaina Garcia

Do UOL, em Curitiba

Homem-aranha performático, rap gospel de trilha para luta livre, candidato a vereador dançando a eguinha pocotó e até pichações e panfletos pouco amigáveis com o adversário. Esses foram alguns elementos do último dia da campanha de rua em Curitiba, onde o primeiro turno da disputa à prefeitura está acirrada entre os candidatos Ratinho Junior (PSC), Luciano Ducci (PSB) e Gustavo Fruet (PDT).

A reportagem do UOL foi até a rua XV de Novembro, na área central da capital paranaense, ponto de concentração de cabos eleitorais e de candidatos em busca de eleitores indecisos. À exceção de Rafael Greca, nome do PMDB à prefeitura, a via foi ocupada hoje por caminhadas e carreatas de candidatos a vereador –ao todo, cerca de 700 disputam o legislativo local.

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Na Boca Maldita, reduto histórico de comícios e manifestações na XV, perto da praça General Osório, panfletos de campanha de Ducci, que tenta a reeleição, alternaram elogios ao candidato –que tem o apoio do governador Beto Richa (PSDB) –a uma enxurrada de críticas aos adversários diretos. Ratinho Junior, por exemplo, foi apontado como despreparado, “perdido” e que “só aprendeu frases decoradas que aprendeu na internet”. Já Fruet, segundo o panfleto que leva o CNPJ da coligação de Ducci, “só copia” propostas.

O material é uma resposta ao debate da última quinta-feira (4), no qual Fruet e Ratinho Junior questionaram os valores e a qualidade de obras feitas na gestão de Ducci, bem como as ações prometidas por ele, mas ainda não realizadas. O candidato à reeleição é também o que possui o maior índice de rejeição nas pesquisas –no último Datafolha, 24% disseram rejeitá-lo.

Homem-Aranha

Além dos ataques via panfletos e pichações –direcionadas a Ratinho Junior, no caso --, a campanha na rua XV teve ainda algumas cenas curiosas: uma pessoa fantasiada do personagem dos quadrinhos “Homem-Aranha”, sob um sol de 30 graus, subiu no conversível que levava o candidato do PMDB à Prefeitura Rafael Greca em carreata e atraiu os flashes e curiosos, que dividiram a atenção entre o candidato e o “super herói”.

Perto dali, já no final da manhã, o vereador Galdino de Souza (PSDB), ou Professor Galdino, cantava o número de campanha com passos de dança da “Eguinha Pocotó”, do funk carioca.

“Eu lancei em 2010 o mesmo passo do cavalo invisível que o Psy lançou agora com o ‘Gangnam Style’. Não tenho medo de receber o rótulo de excêntrico: pelo menos não sujo a rua com santinho e nem gasto com cabo eleitoral”, disse. Ele está no primeiro mandato.

Barulho afasta clientes, reclamam comerciantes

Para artesãos e comerciantes da rua XV, a barulheira do último dia de campanha afastou a clientela.

“É muita buzina, a gente não consegue nem bater papo e as pessoas fogem”, relatou o artesão David Rodrigues, 58.

“O cliente quer mais é fugir dessa barulheira, né? Além do mais, é pouca proposta; isso não ajuda”, definiu a comerciante Valquíria Portela, 34. Já a aposentada Maria Aparecida Zanon, 70, disse pensar diferente: “Eu adoro isso aqui, gosto do movimento, das bandeiras, vejo debates... mas as propostas dos candidatos não me convenceram, admito”, confessou.

Os candidatos a prefeito optaram por caminhas e carreatas nos bairros –à exceção de Greca, que foi também ao centro.

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