No último debate, Ducci vira o alvo preferido dos adversários em Curitiba

Janaina Garcia

Do UOL, em Curitiba

O candidato à reeleição Luciano Ducci (PSB) foi o alvo preferido dos adversários no último debate entre os candidatos à Prefeitura de Curitiba. O debate, que terminou na madrugada desta sexta (5) e durou cerca de 1h40, foi promovido pela "RPCTV", afiliada da “TV Globo” no Paraná, e é o último do primeiro turno eleitoral.

Segundo colocado nas últimas pesquisas, Ducci teve questionadas ações prometidas e que não teriam sido cumpridas em sua gestão. Os quatro candidatos que participaram do debate, segundo as regras da emissora --que adota a representatividade de partidos no Congresso --, não pouparam o socialista.

O embate com o socialista foi conduzido principalmente por seu adversário direto a uma vaga no segundo turno, Gustavo Fruet (PDT), e pelo líder nos últimos levantamentos, o deputado federal Ratinho Jr. (PSC). Além deles, participaram do evento também Bruno Meirinho (PSOL) e Rafael Greca (PMDB).

Depois de um primeiro turno morno, com temas sorteados –na ordem, cultura, lixo, orçamento municipal, educação fundamental e creches –, o tom subiu no segundo, terceiro e quarto blocos. Tanto Ratinho Jr. quanto Fruet lembraram de promessas feitas e, algumas, registradas em cartório, que não teriam sido cumpridas pelo prefeito. O pedetista insistiu no percentual de 80% que Ducci não teria cumprido de seu plano de governo. O prefeito revidou acusando-o de ter copiado promessas de campanha como o Hospital da Mulher, o que Fruet negou.

As críticas ao atual modelo de gestão acabaram sendo feitas também entre os candidatos, sem Ducci, e foram reforçadas nos embates diretos também entre o líder nas pesquisas e Ducci, que, em duas oportunidades, escolheu Ratinho Junior para insinuar falta de experiência de governo do adversário.

"Toda vez que a gente fala de orçamento, você cai fora. Você não faz promessa com bases orçamentárias, bases sérias", disse Ducci a Ratinho Jr., por exemplo, no terceiro bloco. Antes, o prefeito indagara o parlamentar sobre a promessa de "construção de módulos policiais" e foi corrigido: eram "módulos para a guarda civil". "O metro quadrado das suas obras é mais caro que o meu", devolveu o primeiro colocado.

Apoio de Dilma

Apesar de Fruet ser oficialmente o candidato apoiado pelo governo federal, com o PT na coligação, foi o prefeito quem mencionou a presidente Dilma Rousseff como aliada, ainda que de forma indireta. A menção ocorreu diante de nova disputa verbal entre ele e Ratinho Junior, desta vez, sobre o metrô. "Nosso projeto de metrô já foi dito pela presidente Dilma como o melhor do país", citou, defendendo que o sistema de transporte, sequer licitado, pode ser feito em quatro anos. "Esse tipo de obra é para dez, 12 anos, no mínimo", retrucou Ratinho Junior.

Já Fruet atacou o segundo colocado nos temas como destinação do lixo, serviços de saúde --em mais de uma oportunidade, fez questão de lembrar que Ducci é médico --, enquanto Greca o fez em questões relacionadas também a trânsito.

O peemedebista se disse contrário ao sistema de radares da cidade, por exemplo, por considerá-los uma "armadilha caça-níquel". "Prefiro a lombada eletrônica: acho ela mais honesta", definiu. Mais tarde, criticou a "Duccilândia, criada por publicitários", e os "gastos escandalosos com lâmpadas de LED", as quais integram as propostas de Ratinho Junior.

Ao todo, apenas um pedido de resposta foi feito --por Fruet, contra Ducci --, mas negado.

O debate foi acompanhado por assessores e alguns dos candidatos a vice-prefeito na redação da emissora. Entre aplausos e risos, cuidaram de organizar uma espécie de torcida por seus representados.

Candidatos avaliam debate

Nem mesmo na saída do debate o tom áspero em relação à administração municipal foi deixado de lado. Ducci, por sua vez, acusou os adversários de debaterem “uma cidade que nem parece Curitiba”.

“[Porque] Todo mundo criticou a cidade como um todo; parece que vivemos na pior cidade país, quando vivemos em uma cidade-modelo”, definiu.

Fruet foi em linha oposta de avaliação sobre a postura mais agressiva adotada no encontro: “Meu desafio foi apresentar esse contraponto: a cidade tem que sair da estagnação e avançar, mas há um passivo brutal que ficará para a próxima gestão”.

Para Ratinho Junior, o derradeiro embate do primeiro turno foi a chance de “consolidar o voto e buscar o de quem não decidiu ainda”, além de ser o que chamou de “oportunidade de não ter máscara e marketing” envolvendo o candidato. Cada um deles, no entanto, teve direito hoje a cinco assessores dentro da emissora. Integrantes a mais acabaram ficando do lado de fora.

Língua afiada

Greca, por sua vez, opinou que “o mérito das propostas foi exposto no tempo de campanha”. E finalizou: “Que Deus proteja, ajude e ilumine Curitiba”. Durante o debate, o candidato arrancou risos das ‘torcidas’ de assessores ao sugerir que, se eleito, fará hospitais não apenas para setores específicos, mas para “homens, mulheres, idosos, jovens e loiras”, como ainda implementará metrô --mas aéreo. “Só tatu morre cavucando", justificou. Antes de deixar a emissora, criticou os “prostitutos de pesquisa”.

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