Ibope: Russomanno é líder, mas cai sete pontos; Serra e Haddad estão empatados

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, manteve a liderança na disputa, mas teve uma queda de sete pontos percentuais em nova pesquisa Ibope, encomendada pela "TV Globo" e pelo jornal "O Estado de S.Paulo" e divulgada nesta terça-feira (2). Ele agora tem 27% das intenções de voto, contra os 34% que detinha na pesquisa anterior, divulgada no dia 25 do mês passado.

A disputa pelo segundo lugar continua acirrada entre José Serra (PSDB) , que apareceu com 19% nesta pesquisa --ele tinha 17% na anterior-- e Fernando Haddad (PT), que apareceu com 18%, o mesmo índice do levantamento de 25 de setembro.

O candidato do PMDB, Gabriel Chalita, apareceu com 10% --antes ele tinha 7%--, seguido de Soninha Francine (PPS), com 4% (o mesmo percentual da pesquisa anterior), e Carlos Giannazi (PSOL), com 1%. Eleitores que disseram que votarão em branco ou anularão o voto somaram 11% e indecisos, 9%, apontou o Ibope.

O Ibope também simulou o segundo turno com os nomes dos três primeiros colocados na pesquisa. Russomanno seria o vencedor na disputa com Serra ou Haddad. Na disputa com Haddad, Russomanno teria 39% e Haddad, 30%. Contra Serra, Russomanno teria 46% contra 28% do tucano.

Em uma disputa entre Haddad e Serra, o petista ficaria com 38% contra 31% do tucano.

A pesquisa Ibope foi registrada com o número SP-01474/2012. O instituto ouviu 1.204 pessoas entre os dias 27 de setembro e 2 deste mês. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

"Cadeira cativa"

Para o professor de marketing político da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Victor Trujillo, a queda de Russomanno é um "solavanco natural" nessa reta final de campanha. Segundo ele, o candidato do PRB "tem cadeira cativa no segundo turno". "Só um escândalo, uma situação vexatória que chegue ao público para mudar isso", disse.

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O professor afirma também que Russomanno pode ter perdido votos entre eleitores que ainda não estão totalmente convencidos. "Parte dos eleitores que declarou voto em Russomanno pode, nessa reta final, já não ter a convicção de que efetivamente vai votar nele. É agora que os eleitores definem em que vão votar. O voto é construído ao longo da campanha", disse.

Trujilo diz ainda que os ataques sofridos por Russomanno são questões secundárias. A proposta de tarifa de ônibus proporcional apresentada por Russomanno, bem como seu plano de governo --chamado de "esboço" por Haddad--, têm sido alvo de críticas dos adversários.

"Os ataques são muito recentes, coisa dos últimos três ou quatro programas [no horário eleitoral]. Os eleitores que estavam menos convictos podem ter balançado, mas eu não apostaria nisso, acho que é secundário", analisa o especialista em marketing político.

Já o cientista político Carlos Melo, professor de Sociologia e Política do Insper-SP, tem opinião diferente. Segundo ele, Russomanno começou a cair "porque começou a apanhar". "José Serra e Fernando Haddad perceberam que não adiantaria ficar apenas criticando um ao outro, era preciso focar em Russomanno", afirma.

O professor diz acreditar que as críticas de Haddad em relação à proposta de Russomanno de cobrança de tarifa proporcional surtiram efeito. "Foi um soco no queixo do candidato do PRB. Parte do eleitorado começou a temer pela fragilidade das propostas de Russomanno".

Campanha

Em visita ao Itaim paulista (zona leste) nesta terça-feira, Russomanno usou o julgamento do mensalão para atacar o PT. "O Supremo [Tribunal Federal] está aí para provar que o PT é especialista em baixaria e mentira", afirmou, acrescentando que a campanha de Haddad "está agindo da forma mais baixa e mais suja".

Haddad, por sua vez, afirmou que Russomanno está se "destemperando". "Isso não é bom para a cidade", disse o petista sobre o fato de rival tê-lo chamado de mentiroso.

Já o candidato José Serra fez novas críticas à presidente Dilma Rousseff, que disse ontem, durante comício de Haddad, que é seu dever "meter o bico em São Paulo".

"Nem ela acha que conhece São Paulo. Quem é de fora não pode conhecer mesmo", disse após ser questionado se ainda achava que a presidente não conhece a cidade.

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