Serra faz discurso dedicado à "amiga" Hebe e usa aliados para atacar Russomanno e Haddad

Débora Melo

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, evitou atacar seus adversários durante comício na noite deste sábado (29) no largo Treze de Maio, em Santo Amaro, na zona sul da capital.

A função, porém, foi bem desempenhada por tucanos como o governador do Estado, Geraldo Alckmin, e o senador Aloysio Nunes (SP), que partiram para o ataque contra o líder nas pesquisas Celso Russomanno (PRB) e contra o candidato do PT, Fernando Haddad --com quem Serra está tecnicamente empatado no segundo lugar.

Sem citar o nome de Russomanno, Nunes se referiu ao candidato do PRB como "mauricinho metido a justiceiro". "A proposta dele parece um saco de vento que não para em pé. É um mauricinho metido a justiceiro. Suas promessas não têm pé nem cabeça", disse o senador.

Nunes também não poupou o ex-ministro da Educação Haddad. "O candidato do PT tem uma biografia que cabe em três linhas de papel. Nada fez pela educação no nosso país. É um instrumento de seu partido, não tem personalidade política própria", afirmou.

Já Alckmin abriu seu discurso citando o mensalão para atacar o petista. "São Paulo não quer mensalão, São Paulo quer honestidade", disse o governador.

O suposto esquema de compra de apoio de parlamentares no Congresso Nacional durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), que ficou conhecido como mensalão, está sendo julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Serra iniciou seu discurso pedindo um minuto de silêncio à "amiga" Hebe. A apresentadora morreu aos 83 anos na madrugada deste sábado após sofrer uma parada cardíaca em sua casa, no Morumbi, na zona sul.

"A Hebe nos deixou hoje e quero dizer a vocês que eu perdi uma amiga que me apoiou em todas as eleições, desde 1986. Às vezes apenas pessoalmente, às vezes publicamente. Era uma típica mulher paulista. Fiquei muito triste, mas fico contente de poder compartilhar esta homenagem com vocês do largo Treze", disse Serra.

O comício deixou claro o esforço de Serra em tentar acabar com a imagem de homem antipático. "Eu não sou antipático, sou um cara divertido na convivência. Posso ter uma cara feia --não acho que seja--, mas a grande vantagem é que tenho uma cara só. Não sou de duas palavras, sou de uma palavra só", disse Serra.

O evento ainda contou com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD). Em seu breve discurso, Kassab exaltou a experiência de Serra como ministro da Saúde.

Também discursaram o ex-secretário de Educação e vice na chapa de Serra, Alexandre Schneider (PSD), o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), e os tucanos Edson Aparecido, coordeador da campanha de Serra, e Barros Munhoz, deputado estadual e presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Em seus discursos, Schneider e Aparecido também fizeram críticas ao PT.

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