Com "Lulinha paz e amor", Haddad evita confronto em comício e usa "baixo clero" para atacar adversários

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

Em comício realizado na noite deste sábado (29) na Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, o candidato do PT Fernando Haddad teve presença de estrelas do partido ao seu lado no palco, mas evitou críticas mais diretas a seus concorrentes.

No evento, que contou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Cultura Marta Suplicy, o ministro da Educação Aloizio Mercadante e o senador Eduardo Suplicy, coube aos candidatos a vereador do partido, porém, a tarefa de atacar os adversários do petista na eleição de São Paulo.

Enquanto o ex-presidente Lula fez um discurso para insuflar a militância para a última semana de campanha antes do primeiro turno, sobrou para componentes do “baixo clero” do PT, como o vereador e candidato à reeleição Ítalo Cardoso, a tarefa de classificarem Celso Russomanno, candidato do PRB e líder nas pesquisas eleitorais, como "o enganador da televisão que conserta geladeira" e o tucano José Serra como "um falsário e inimigo".

Usando chapéu panamá e adotando seu estilo "Lulinha paz e amor", o ex-presidente brincou muito com o público presente. Lula chegou a citar os personagens Nina (Debora Falabella), Carminha (Adriana Esteves) e Tufão (Murilo Benício), da novela "Avenida Brasil", da TV Globo. Segundo ele, Tufão  é a "pessoa mais sacaneada" que já viu. "Mas Deus é justo e ele vai dar a volta por cima".

Quando falou sobre a eleição na capital paulista, Lula não foi enfático nas críticas. Lembrou que na campanha presidencial de 2010, a então candidata Dilma Rousseff sofreu várias ofensas de José Serra, adversário de Dilma à época e rival de Haddad na atual disputa.

"Eles [Serra e o PSDB] baixaram muito o nível, ofenderam a presidenta (Dilma). O Haddad não faz isso", afirmou o ex-presidente.

Em seu discurso, Haddad voltou a defender sua proposta de bilhete único mensal e atacou o projeto de Russomanno, de estabelecer uma tarifa de ônibus que variável de acordo com a distância percorrida pelo usuário.

"Ele (Russomanno) quer que quem mora longe e é pobre pague mais [pela tarifa de ônibus] pague mais que quem mora no centro e é rico. Ele discrimina a periferia."

Também adotando um tom econômico nas críticas, a agora ministra Marta Suplicy defendeu suas realizações à frente da Prefeitura, como o bilhete único e os CEUs (Centros de Educação Unificada) e disse que os oito anos de gestão Serra-Kassab deixaram São Paulo “muito bagunçada”.

Já Aloizio Mercadante, substituto de Haddad no Ministério da Educação, atuou quase como um professor da militância. Ele citava estatísticas positivas da gestão de Haddad na pasta e pedia para a audiência usar os números para convencer mais pessoas a votarem no petista.

Mais informações sobre as eleições em São Paulo.

 

UOL Cursos Online

Todos os cursos