Sem Russomanno, arcebispo de São Paulo abre debate dizendo que não é função da igreja indicar ou apoiar candidatos

Priscila Tieppo

Do UOL, em São Paulo

Na abertura do debate feito pela Arquidiocese de São Paulo na tarde desta quinta-feira (20), o cardeal arcebispo dom Odilo Scherer leu um documento em que diz que "não é função da igreja apoiar ou indicar candidatos" para o voto nas eleições.

"Nós devemos orientar, mas não indicar um candidato. Escolher o candidato é função do leigo católico e não da igreja", afirmou.

Celso Russomanno (PRB), líder nas pesquisas de intenção de voto na capital paulista, não compareceu ao debate. Russomanno condicionou sua ida ao evento a uma reunião privada com dom Odilo, mas o pedido não foi atendido.

Apoio da Universal

A cúpula do PRB é formada por membros da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus), e o partido trabalha para reduzir os danos da ofensiva deflagrada pela arquidiocese contra a candidatura de Russomanno.

No último domingo, dom Odilo orientou padres de cerca de 300 paróquias a ler na missa um texto sobre "voto consciente", com críticas veladas à candidatura do líder da corrida eleitoral.

A leitura foi resposta a um artigo do presidente do PRB e coordenador da campanha de Russomanno, Marcos Pereira, que ligava a Igreja Católica à distribuição de uma cartilha anti-homofobia, batizado por evangélicos de "kit gay", elaborado pelo Ministério da Educação na gestão de Fernando Haddad, hoje candidato do PT à prefeitura.

O texto de Pereira, bispo licenciado da Igreja Universal, foi publicado em maio de 2011, mas voltou a circular recentemente nas redes sociais.

O debate, que é chamado de colóquio pelos organizadores, acontece no teatro Fernando Torres, no bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Estão presentes José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS), que serão questionados por 12 padres, entre eles, Júlio Lancelotti.

Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada hoje aponta que Russomanno continua liderando a corrida pela Prefeitura de São Paulo, com 35% das intenções de voto e 14 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, José Serra.

O levantamento mostra também que Serra se descolou de Haddad, com quem aparecia tecnicamente empatado. O candidato tucano oscilou um ponto para cima e agora tem 21% das intenções de voto. Haddad, que variou dois para baixo, agora tem 15%. Gabriel Chalita (PMDB) manteve os 8% da pesquisa anterior. Soninha (PPS) oscilou de 5% para 4%.

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