Haddad parte para o ataque e diz que Serra "está terminando carreira de forma melancólica"

Débora Melo

Do UOL, em São Paulo

Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, atacou seu rival José Serra (PSDB) ao comentar programa do tucano que cita o julgamento do mensalão no horário eleitoral na TV.

Após uma caminhada no Jardim Peri, na zona norte da capital, Haddad disse que não assiste ao programa de Serra porque fica com "tédio" e atacou o tucano.

"Eu considero José Serra uma figura triste da política brasileira. Ele está terminando sua carreira de forma melancólica. Em vez de apresentar propostas, vem agredir os outros", disse.

"Ele acha que a estrela dele vai brilhar tentando apagar a minha? A minha não apaga. E sabe por quê? Porque precisa nascer de novo para ter o brilho que eu tenho", disse o petista.

O suposto esquema de compra de votos no Congresso para garantir apoio ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 e 2004, que ficou conhecido como mensalão, está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

No programa eleitoral desta quarta-feira, Serra afirma que "a imprensa está trazendo novas revelações que dão conta de que as negociatas eram feitas dentro do Palácio do Plantalto". Reportagem da revista "Veja" desta semana diz que o empresário Marcos Valério de Souza, réu do mensalão, acusou o ex-presidente de chefiar o esquema.

Propaganda degradante

Sobre o fato de sua campanha pedir a suspensão de uma inserção da campanha de Serra que o vincula a réus do mensalão por considerá-la "degradante", Haddad afirmou que "degradante é a maneira como Serra faz política".

"Eu acho degradante a maneira vil como ele [Serra] trata a política. A desinformação que promove e a confusão que estabelece na cabeça das pessoas", afirmou Haddad. "É isso que eu acho degradante, é isso que eu levei para a Justiça. Isso degrada o ambiente político. Ele é uma pessoa que degrada o ambiente político".

O comercial da campanha de Serra mostra Haddad ao lado de José Dirceu e Delúbio Soares, réus do mensalão, e de Paulo Maluf (PP), que apoia a candidatura do petista. "Sabe o que acontece quando você vota no PT? Você vota, ele volta", repete o narrador a cada personagem exibido.

Para Haddad, a inserção insinua que essas figuras, de alguma forma, farão parte de seu governo caso seja eleito prefeito de São Paulo.

"Ele [Serra] está querendo antecipar o meu secretariado. Quem vai nomear o meu secretariado sou eu. Ele que precisa explicar as nomeações que fez. Metade do secretariado do Kassab, que foi nomeado por ele, está respondendo a processo judicial", disse o petista.

"Ele quer desinformar a população para me atacar, mas não vai conseguir porque não há nada a dizer a meu respeito", completou Haddad.

Durante a caminhada, Haddad também criticou o fato de Serra ser colocado como um "homem carinhoso" por aliados.

"O Serra é uma pessoa que só traz o mal para a cidade de São Paulo e para o Estado de São Paulo (...) É uma pessoa que tem muita dificuldade de relacionamento humano. A todo momento alguém tem que dizer que ele é sensível, que ele chora às vezes, tamanha a falta de humanidade dessa pessoa."

Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" desta quarta informa que petistas têm cobrado de Haddad "resposta à altura" aos ataques de Serra e, também, ofensiva para "desconstruir" o líder Celso Russomano (PRB).

Propostas para moradia

Haddad conversou com moradores do Jradim Peri e prometeu melhorias na região.

"Aqui o maior problema é habitacional. Estamos produzindo poucas moradias por ano, e não há como fazer isso sem parceria com o governo federal. Ou nós trazemos o [programa do governo federal] Minha Casa, Minha Vida definitivamente para São Paulo ou vai continuar havendo dramas como esse", disse o candidato.

"Temos o aval da presidente Dilma para trazer moradia popular em São Paulo”, completou Haddad.

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