Candidatos ignoram mensalão e religião e evitam confronto direto em debate

Do UOL, em São Paulo

Os embates e discussões mais ríspidas entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, que marcaram o último encontro realizado há 14 dias, foram deixados de lado no debate promovido na noite desta segunda-feira (17) pelo jornal “O Estado de São Paulo”, "TV Cultura" e "YouTube".

Temas como o mensalão, religião e abandono da prefeitura, frequentes no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, foram ignorados pelos candidatos. O tema religião, que passou a frequentar a campanha por conta de uma discussão entre a arquidiocese e um coordenador do candidato Celso Russomanno (PRB), só entrou no debate por meio da pergunta de um jornalista.

Embates entre líderes

Os embates diretos entre os líderes, Russomanno, José  Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), aconteceram em apenas dois momentos.

No primeiro confronto, Haddad perguntou para Serra sobre possível comentário deselegante que o tucano teria feito contra a presidente Dilma Rousseff após a nomeação de Marta Suplicy para o Ministério da Cultura.

Na resposta, Serra afirmou que o PT usou o governo federal como se fosse propriedade privada ao trocar o apoio de Marta à campanha de Haddad pelo ministério e para apaziguar os ânimos da senadora petista, que queria ser candidata à prefeitura.

“Trocar ministério por apoio político é indevido”, afirmou o tucano após ser questionado pelo petista se a sua afirmação de que a presidente Dilma Rousseff não deveria "meter o bico" na campanha não era desrespeitosa.

Na réplica, Haddad afirmou que a declaração de Serra é anterior à nomeação de Marta e diz que o tucano é deselegante com adversários e com aliados políticos. Ele também disse que a presidente é bem avaliada, enquanto a gestão de Kassab é alvo de críticas.

Religião

O candidato do PRB se esquivou ao ser perguntado se nomearia membros da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) --que integram seu partido-- para seu governo. Ele afirmou que "igreja não faz parte de um governo" e que nomearia pessoas "competentes".

Debate tem "pergunta surpresa" e "momento aerotrem"

Russomanno afirmou que no país não existe uma guerra religiosa. Desde a semana passada, a líderes da Iurd e da Igreja Católica trocaram acusações de uso da religião como instrumento político nestas eleições.

"E aqui no Brasil não existe guerra religiosa [...]. A igreja não faz parte de um governo. Nós estamos em um estado laico, nós temos a liberdade de escolher a nossa religião", afirmou Russomanno, que disse que escolheria sua equipe pela capacidade técnica e competência.

O candidato também disse que não existe partido comandado pela igreja. "O fundador do PRB, José de Alencar, é católico fervoroso. Oitenta por cento do meu partido são católicos, 20% são evangélicos e apenas 6% da Universal", afirmou Russomanno, que disse ainda que é católico.

Nas considerações finais, Haddad alfinetou, indiretamente, Russomanno e Serra. "Alguns se apresentam como candidatos da mudança, mas apoiam a atual administração. Outros pensam que basta um fiscal para a cidade de São Paulo. Não basta”, afirmou o petista.

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