Candidatos de Cuiabá usam legalização do aborto e descriminalização da maconha no 1º debate na TV

Jorge Estevão

Do UOL, em Cuiabá

Legalização de aborto, descriminalização da maconha e privatização de serviços como saúde e água foram os principais temas usados para ataques entre candidatos a prefeito em Cuiabá, no primeiro debate na TV Record, nesta sexta-feira (14). Apesar dos temas não fazerem parte de decisões que podem ser tomadas na esfera municipal, os temas fizeram parte do debate e, também, do noticiário da semana.

Cinco dos seis postulantes à Prefeitura da capital compareceram ao programa, que se iniciou às 11h e durou duas horas. Por não ter representatividade no Congresso, Adolfo Grassi (PPL), não foi chamado.

No primeiro dos 4 blocos, Mauro Mendes (PSB), Ludio Cabral (PT), Guilherme Maluf (PSDB), Carlos Brito (PSD) e Procurador Mauro (PSOL) foram questionados por jornalistas sobre pesquisas de intenções de votos e rejeição, programas de governo e campanhas.

Mas foi no segundo dos quatro blocos que os candidatos resolveram fazer perguntas para colar assuntos polêmicos. Carlos Brito (PSD), por exemplo, aproveitou uma pergunta feita por Mauro Mendes a respeito da saúde pública e “atacou” o  candidato do PT, Lúdio Cabral, dizendo que petistas tinha assinado manifesto favorável à legalização do aborto e descriminalizando o uso da maconha.

O Procurador Mauro afirmou que Lúdio, por ser candidato da presidente Dilma Rousseff, seguiria determinações do governo federal, ou seja, iria privatizar serviços públicos.

Lúdio usou seu tempo para negar acusações sobre assinatura do manifesto a respeito do aborto e uso da maconha. “É uma ação orquestrada contra minha candidatura. Sou médico, sou a favor da vida”, afirmou o petista. Sobre privatização, Lúdio também negou ser favorável.

Em outras oportunidades Brito também usou tempo disponível para tentar “colar” a proposta da presidente Dilma quando ela ainda estava em campanha, em 2010, ação essa que despertou a ira de religiosos.

Carlos Brito, por sua vez, foi acusado por Lúdio de estar a serviço de Mauro Mendes. O candidato do PSD pediu direito de resposta, que foi negado pela coordenação do debate. No decorrer do programa, ele negou a acusação.

Em outro contra-ataque, Brito afirmou que o ex-secretário da Copa, Eder Moraes, era coordenador de campanha de Lúdio. Este negou e disse que Moraes era colaborador. 

Moraes em sua passagem pela extinta Agecopa envolveu-se em um escândalo, que motivou a extinção da autarquia. O ex-secretário assinou contrato com uma empresa russa para aquisição de equipamentos sofisticados de patrulhamento na fronteira. Não houve licitação.

Mais moderados, Mendes e Maluf falaram mais de suas propostas relacionadas às áreas em que atuam. O candidato do PSB, que é empresário do ramo da metalurgia, falou sobre geração de empregos no setor industrial. O tucano, que é médico e deputado estadual, optou por temas relacionados à saúde e defesa de ferrovia para Cuiabá.

Noticiário

Durante a semana, declarações relacionadas à legalização do aborto tomaram conta do noticiário local. Mauro Mendes, durante uma entrevista, disse que Lúdio Cabral é de um partido que apoia o aborto e que, por isso, o candidato petista deveria se posicionar se é a favor ou contra. O candidato a vice na chapa de Lúdio, Francisco Faiad (PMDB), criticou a declaração de Mendes.

A assessoria de imprensa do candidato do PSB disse que Mendes "foi provocado pelo repórter" e que não pretende levar este tema para a campanha.

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