Durante debate em Natal, Carlos Eduardo se irrita e precisa ser contido por mediador

Elendrea Cavalcante

Do UOL, Natal

O clima na campanha eleitoral para a Prefeitura de Natal esquentou entre os candidatos Carlos Eduardo Alves (PDT) e Hermano Morais (PMDB). Nesta terça-feira (11), durante debate sobre os problemas da saúde em Natal, Carlos Eduardo levantou da cadeira e colocou o dedo na cara de Hermano, mostrando irritação.

A confusão ocorreu quando o peemedebista ressaltou que Carlos Eduardo largou o PMDB, partido do adversário, após ser eleito vice-prefeito. Segundo Hermano, essa era uma exigência e estratégia de Wilma de Faria (PSB) para Carlos Eduardo assumir a prefeitura na eleição para o governo do Estado de 2002, no lugar dela.

Com o clima “quente”, mediador do debate, Robson Carvalho, conteve o ex-prefeito. Carlos Eduardo evitou comentar o episódio.

Hermano disse que suas críticas eram referentes à administração de Natal e que “o adversário não tinha equilíbrio emocional para aceitar os fatos. Nós fazemos crítica política e administrativa. Nada pessoal. Agora, os processos estão aí e são de conhecimento público, envolvendo ele e sua vice. Mas isso quem vai resolver é a justiça”.

Defendendo o partido, Hermano Morais continuou a alfinetar Carlos Eduardo, dizendo que o adversário deixou o PMDB de forma vergonhosa.

Enquanto os dois trocavam acusações, fazendo suas críticas aos culpados pela crise na saúde de Natal, o petista Fernando Mineiro aproveitou para ganhar espaço no debate. O “candidato de Lula e Dilma” frisou que não adiantava os dois tentarem achar culpados para os problemas de Natal e tentarem se livrar dos erros, já que os dois estão ligados por um mesmo grupo familiar. Mineiro referia-se aos “Alves”, já que Hermano Morais tem como maior cabo eleitoral o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, que é tio de Carlos Eduardo.

Além de Carlos e Hermano, participaram do debate Fernando Mineiro (PT) e Robério Paulino (PSOL). O candidato do PSDB, Rogério Marinho, estava em Brasília e justificou a ausência. O encontro foi promovido por médicos e servidores da saúde. Wilma renunciou a prefeitura e elegeu-se governadora do Rio Grande do Norte com mais de 800 mil votos à época. Agora, ela é a vice de Carlos Eduardo na chapa.

Candidato do PDT reage no rádio e na TV

Carlos Eduardo e Hermano estão travando uma disputa à parte nas eleições para a Prefeitura de Natal. Depois de ter seu nome veiculado nos programas eleitorais de Hermano com denúncias de toneladas de remédios jogadas no lixo, de “maquiagem” em seus programas eleitorais e ainda de estar ligado a um grupo político que governa Natal há 20 anos sem sucesso, Carlos Eduardo reagiu, e está levando ao ar nos últimos dias duas inserções contra Hermano.

Em uma delas, a coligação de Carlos, União por Natal, diz que Hermano Morais apoiou todos os governos nos últimos 20 anos. Enfatiza que ele foi secretário de Aldo Tinoco, apoiou a gestão de Wilma de Faria, apoiou também a administração de Carlos Eduardo e deu sustentação para a prefeita Micarla de Souza (PV), sendo inclusive vice-líder de sua base governista.

Na outra, a coligação de Carlos Eduardo mostra quem são os políticos que apoiam Hermano Morais e a relação deles com a prefeita Micarla, sugerindo que Hermano seria, nos bastidores, candidato de Micarla, que tem sua gestão rejeitada por mais de 90% da população de Natal.

Carlos Eduardo já conseguiu sete direitos de resposta

Desde o dia 21 de agosto, data em que a propaganda eleitoral começou a ser veiculada no rádio e na TV, Carlos Eduardo conseguiu sete Direitos de Resposta. Destes, três são na TV e quatro no rádio. O candidato do PDT também venceu três processos que resultam na perda de tempo de veiculação de programas de Hermano no rádio e na TV. Na televisão, Hermano foi punido com perda de 1min02 em dois programas. Na rádio, a perda foi de 57 segundos em um programa.  

Na Justiça Eleitoral, segundo a assessoria jurídica da Coligação União por Natal, há mais de 40 representações e recursos impetrados pela coligação de Carlos Eduardo. Todos, com exceção de um contra Rogerio Marinho, são contra Hermano Morais.

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