Em visita a feira de beleza, Serra esquece rivais e alfineta Marta duas vezes
Débora Melo
Do UOL, em São Paulo
José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, falou pouco sobre seus rivais diretos durante visita à Beauty Fair na tarde desta segunda-feira (10), mas aproveitou perguntas de jornalistas para alfinetar Marta Suplicy, ex-prefeita e atual senadora do PT por São Paulo.
Ao ser questionado sobre uma possível renegociação da dívida de São Paulo com o governo federal, Serra atacou diretamente a petista, que entrou de vez para a campanha de Fernando Haddad, candidato do PT na capital paulista.
"A partir da gestão da Marta, como ela não pagou uma amortização, os juros da dívida subiram de 6% para 9%, acima da inflação, inclusive retroativamente, e se configurou uma situação absurda", afirmou Serra. O tucano disse ainda que não via problemas em "examinar" uma eventual proposta para rever a situação do débito de São Paulo.
Em outro momento, Serra ironizou a declaração que Marta fez na manhã de hoje durante passeata com Haddad no centro de São Paulo.
Ao ser informado que Marta disse que ele é o "rei do 'embromation'" por "confundir a população em relação à proposta do Bilhete Único mensal de Haddad", Serra disse não saber do que se tratava e devolveu a pergunta aos jornalistas: "Ela estava na periferia quando disse isso?"
A questão colocada por Serra é uma referência a uma gafe cometida por Marta na última sexta-feira (7), durante evento da campanha de Haddad no Jardim Ângela (zona sul). Na ocasião, a ex-prefeita afirmou não ia ao bairro há anos. "Fora campanha, eu não venho. É muito longe", disse.
Questionado sobre o fato de pastores da Assembleia de Deus pedirem votos para o líder nas pesquisas Celso Russomanno (PRB) e sobre eventuais mudanças em sua estratégia de campanha, Serra disse que não comentaria os temas.
Propostas
Após a visita à Beauty Fair, que, segundo Serra, é a segunda maior feira de cosméticos do mundo, o tucano prometeu reduzir o imposto municipal sobre os salões de beleza e facilitar o acesso ao crédito e a cursos profissionalizantes.
"Hoje [o imposto] é 5%, nós vamos abaixar para 2%. Nós vamos abrir crédito para a instalação e reforma de salões através do Banco do Povo e da Nossa Caixa Desenvolvimento. E vamos fazer cursos de qualificação de prazos mais curtos em todas essas profissões da área dos salões de beleza", disse.
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