Após cair nas últimas pesquisas de intenção de voto na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o candidato José Serra (PSDB) disse que não fará mudanças em seu programa de TV no horário eleitoral gratuito, mas criou expectativa para o debate entre os candidatos a ser realizado na próxima semana.

"Nós vamos naturalmente discutindo propostas. Alguns [candidatos] falam muito, propõem muito pouco. Outros propõem mais coisas, algumas boas, outras sem pé nem cabeça. Isso tudo a gente vai ver no debate da próxima semana”, disse Serra após um evento na Apae, na zona sul de São Paulo.

Pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira (31) aponta que Serra perdeu seis pontos percentuais em relação à última pesquisa e está tecnicamente empatado com Fernando Haddad, do PT. O tucano aparece com 20% das intenções de voto, e o petista saltou de 9% para 16% --a margem de erro é de três pontos percentuais para cima ou para baixo. Celso Russomanno, do PRB, mantém a liderança com 31% das intenções de voto.

O tucano disse que não comentaria a pesquisa.

Questionado se pretende repensar a participação do prefeito Gilberto Kassab (PSD) em sua campanha, Serra respondeu que "não". Para o tucano, a parceria com Kassab "não é um peso, nem uma mola". "Kassab tem uma gestão que é bem melhor que a avaliação”, disse Serra em entrevista à TV Estadão na tarde de hoje.

Kassab apoia a candidatura de Serra e, segundo pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (29), apenas 24% dos paulistanos aprovam a gestão de Kassab na prefeitura.

O Datafolha também apontou a liderança de Russomanno na disputa (31%) e Serra caindo de 27% para 22%. Já Haddad apareceu com 14% das intenções de voto.

Especialistas ouvidos pelo UOL após a divulgação da pesquisa Datafolha disseram que o programa de TV de Serra, que repete fórmulas de campanhas antigas, e o apoio de Kassab são alguns dos fatores que explicam a queda do tucano.

Apae

Após a visita à Apae --que entregou uma carta-proposta a Serra--, o candidato prometeu apoio às pessoas com deficiência.

“Estima-se que cerca de 400 mil pessoas tenham algum tipo de deficiência intelectual em São Paulo. Nós precisamos apoiá-las tendo acompanhantes preparados dentro das escolas e no sistema de saúde.”

Serra também prometeu investir em capacitação profissional. “Temos que fazer a formação profissional. Muitos deles podem trabalhar se forem bem qualificados, se forem bem preparados”, disse o tucano.

Serra também aproveitou para criticar a gestão do governo federal sobre o tema ao dizer que, “no plano nacional, as Apaes continuam discriminadas”. “O benefício de prestação continuada para pessoas com deficiência é um por família. Se uma família tem três pessoas com deficiência intelectual, por exemplo, recebe um benefício equivalente a uma. Isso é uma aberração que precisa ser corrigida no plano nacional”, disse.