CPI do Cachoeira

Convocação de Russomanno para CPI do Cachoeira pode ser votada em duas semanas


Do UOL, em São Paulo

O requerimento para convocação do ex-deputado e candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, para depor na CPI do Cachoeira, poderá ser votado em 14 de agosto, segundo a assessoria de gabinete do relator da CPI, o deputado federal Odair Cunha (PT-MG).

O deputado federal Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, protocolou nesta terça-feira (31) na CPI do Cachoeira --que investiga ligações do bicheiro Carlos Cachoeira com agentes públicos-- requerimento para convocação do candidato do PRB após reportagem do ?Correio Braziliense? ter divulgado que o ex-deputado foi citado por um dos investigados no esquema do contraventor.

Segundo o jornal, o grupo de Cachoeira teria procurado um contato em São Paulo para fazer uma remessa de dinheiro para o exterior. Esse contato, identificado pela PF apenas como Fábio --"pessoa com forte sotaque paulistano", conforme a investigação--, operaria dinheiro de Russomanno fora do país.

Russomanno afirmou, na manhã desta terça-feira (31), que vai colocar a disposição da PF seus sigilosos fiscal, bancário e telefônico. O candidato também negou envolvimento com o caso e disse não conhecer as pessoas citadas.

"Isso não existe. Não conheço essas pessoas, não tenho contato nenhum com essas pessoas. Quero inclusive, nesse ofício que vou fazer à PF, a apuração de tudo. Não se brinca com o nome das pessoas como estão brincando com o meu nome", disse Russomanno.

O candidato à Prefeitura de São Paulo atribuiu a divulgação da informação ao seu desempenho nas pesquisas eleitorais. "Eu atribuo [a denúncia] as condições que estou nas pesquisas", afirmou.

Russomanno é o segundo colocado na última pesquisa Datafolha --tecnicamente empatado na liderança com o candidato José Serra, do PSDB.

Serra tem 30% --o tucano tinha 31% no penúltimo levantamento, em 27 de junho-- e Russomanno, 26%, que subiu dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos-- antes ele tinha 24%.

Russomanno também usou a rede social Twitter para falar sobre o assunto. "Para cada ataque que recebo, apresento uma proposta. Para cada ofensa uma ideia nova. Estou sendo injustiçado, mas seguirei em frente", postou o candidato.

CPI

Segundo a reportagem do "Correio Braziliense, Alex Antonio Trindade -- que, segundo a PF, é "pessoa [do grupo de Cachoeira] que atuou na remessa de valores mais elevados ao exterior"--. teria conversado sobre o envio de dinheiro de Russomanno com Gleyb Ferreira da Cruz, de acordo coma PF, um "faz tudo" do esquema do bicheiro.

O relatório da PF descreve que "o dinheiro usado na transferência pertenceria ao deputado federal Celso Russomanno e que [Fábio] ele tinha um contrato assinado com o referido deputado".

A CPI deve retomar os trabalhos a partir da próxima semana com o depoimento de Andressa Mendonça, noiva de Carlos Cachoeira.

Outra denúncia

Nesta terça-feira (31), o jornal "O Estado de S.Paulo" divulgou a informação de que a ND Comunicação, agência de publicidade de Russomanno é sócio, está bloqueada judicialmente e com os bens indisponíveis. O bloqueio, pedido pela Fazenda Nacional e autorizado pela Vara da Fazenda Pública de Diadema, ocorreu em 19 de março deste ano e tem como alvo o empresário Laerte Codonho, sócio do candidato e dono da marca de refrigerantes Dolly.

O jornal havia trazido, sábado (25), a informação de  que, em 2004, Russomanno, que se apresenta ao eleitorado e em programas de TV como defensor dos consumidores, usou seu mandato na Câmara para defender Codonho em audiência pública. Depois, o empresário tornou-se, além de sócio, o maior doador de campanha do ex-deputado federal na disputa ao governo paulista em 2010 e patrocinador de um de seus programas de TV.
 

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