Força-tarefa de polícias e Exército combaterá milícias na eleição do Rio

Do UOL, no Rio

O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) criou uma força-tarefa para reprimir a atuação das milícias durante o processo eleitoral deste ano e evitar que candidatos que não são bem vistos pelos grupos paramilitares sejam impedidos de fazer campanha em determinadas áreas da cidade, em especial na zona oeste da capital fluminense.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública, que faz parte da força-tarefa do TRE-RJ, as operações serão pontuais e integradas com as Forças Armadas, por meio do CML (Comando Militar do Leste), e com as polícias Civil, Federal e PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Representantes das instituições vão se reunir nesta terça-feira (17) para definir as áreas de atuação.

O trabalho de inteligência deve ser feito a partir de denúncias sobre planejamento de atentados contra determinados candidatos, a exemplo do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) --que foi presidente da CPI das Milícias na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), e que inspirou um político conhecido por combater milícias no filme "Tropa de Elite 2".

Freixo é candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro.

As milícias --formadas por grupos formados por policiais, ex-policiais, bombeiros e outros agentes da segurança pública, as milícias ganham cada vez mais espaço na esfera política, tendo inclusive representantes eleitos na Câmara dio Rio e na Alerj.

Nos últimos anos, investigações culminaram com as prisões de alguns políticos ligados a esses grupos, como o deputado estadual Jorge Babu (PTN), condenado em 2010 a sete anos de prisão por formação de quadrilha, o ex-deputado estadual Natalino Guimarães (DEM), preso sob acusação de integrar a maior milícia da zona oeste do Rio, a "Liga da Justiça", e o irmão de Natalino, o vereador Jerônimo Guimarães Filho (PMDB), o Jerominho, preso pelo mesmo motivo.

A força-tarefa também vai atuar no sentido de eliminar as zonas de exclusão que são impostas a determinados candidatos, a exemplo da filha de Jerominho, a vereadora Carminha Jerominho (PT do B) --candidata à reeleição no pleito deste ano e que já foi presa por supostamente coagir eleitores a votarem nela.

Hoje, Carminha está proibida de fazer campanha nas áreas que são dominadas pela milícia antes supostamente administrada pelo pai e pelo tio.

Após as prisões dos chefes políticos da quadrilha, o comando ficou a cargo do braço "operacional" da Liga da Justiça, liderado pelo ex-PM Ricardo da Cruz Teixeira, o Batman, preso em 2009 e atualmente cumprindo pena na penitenciária de segurança máxima de Campo Grande (MS).

Para garantir a eficiência da força-tarefa articulada pelo TRE, não está descartada, inclusive, a possibilidade de que soldados do Exército brasileiro ocupem determinadas áreas da cidade durante o processo eleitoral. Todos os detalhes das operações contra as milícias serão definidos na reunião desta terça-feira (17).

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