PT oferece vice ao PMDB para conseguir apoio em Belo Horizonte

Felipe Amorim

Do UOL, em São Paulo

Numa tentativa de ampliar as alianças em torno da candidatura petista do ex-ministro Patrus Ananias à Prefeitura de Belo Horizonte, o PT convidou o PMDB para indicar o vice na chapa.

O PMDB já havia lançado a candidatura do deputado federal Leonardo Quintão, com o ex-deputado federal Mário Heringer (PDT) ocupando a vice.

Nesta quarta-feira (4), lideranças nacionais do PT e PMDB estão em negociação para decidir sobre a retirada da candidatura de Quintão e um eventual apoio do partido ao PT.

20 anos de hegemonia PT-PSB em BH

Ano Prefeito Vice
1993-1996 Patrus Ananias (PT) Célio de Castro (PSB)
1997-2000 Célio de Castro (PSB) Marcos Santana (PMDB)
2001-2003 Célio de Castro (PSB) Fernando Pimentel (PT)
2003-2004 Fernando Pimentel (PT)*  
2005-2008 Fernando Pimentel (PT) Ronaldo Vasconcelos (PV)
2009-2012 Marcio Lacerda (PSB) Roberto Carvalho (PT)
  • *Doente, Célio de Castro afastou-se da prefeitura em 2003. Fernando Pimentel completou o mandato

Entre os nomes cotados para assumir o posto de vice estão o do deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB) e o do próprio Heringer, caso este seja indicado pelo PMDB, segundo lideranças do PT em Minas Gerais.

Em entrevista à "Folha de S.Paulo" nesta quarta-feira (4), Quintão disse que recusou o convite para a vice na chapa petista, mas admitiu que deve retirar seu nome da disputa. "Essa possibilidade [ser vice] é zero. Agradeço a lembrança, mas me sinto desconfortável. Tudo indica que a eleição terá uma polarização de caráter nacional muito forte já no primeiro turno e o partido precisa definir seu rumo", afirmou o deputado.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou nesta quarta-feira (4) que o partido conversa também com outras legendas, mas reforçou a importância do PMDB.

“Evidentemente que temos uma aliança nacional com o PMDB e queremos estreitar ainda mais essa aliança. É natural que o PMDB ou indique um vice ou que traga até outros partidos conosco para a frente [partidária] e possa fazer uma indicação”, afirmou Falcão, que não quis citar quais os nomes favoritos para ocupar o cargo.

Além do PMDB, o partido busca ainda alianças com o PDT, PC do B e PRB. Segundo a “Folha de S.Paulo”, oprefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), negocia com o PT a edição de uma aliança pela eleição de Patrus.

Nesta quinta-feira (5), o PT deverá confirmar a candidatura do ex-prefeito da capital mineira Patrus. Hoje, Falcão se reuniu com o presidente municipal do partido e vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, na sede nacional do PT, no centro de São Paulo.

Após a conversa, ambos evitaram confirmar o consenso sobre o nome de Patrus, indicado por unanimidade pela Executiva Nacional do partido na terça-feira (3).

Carvalho, que havia sido indicado pela Executiva Municipal para ser o candidato do partido antes da decisão da Executiva Nacional, demonstrou que deverá abrir mão da candidatura em favor do ex-ministro. “Vou decidir em favor da unidade do PT. Já disse que o nome do Patrus e meu nome são um só. Não há divergência”, afirmou Carvalho.

A aliança com PSB foi rompida após o partido se recusar a formar com o PT uma coligação proporcional (que influencia na eleição de vereadores). O rompimento põe fim a uma aliança firmada em 2008 na capital mineira e repete o acontecido em outras capitais do país, como Fortaleza e Recife, nas quais PT e PSB lançaram candidaturas distintas.

Falcão descartou a possibilidade de o fim da aliança nessas capitais representar um rompimento nacional com o PSB. “Nós temos em várias cidades aliança com PSB, inclusive em São Paulo. Nós não queremos precipitar o quadro de 2014 agora. O que eu tenho dito é que em Fortaleza, em Recife, em BH eles adotaram uma política que contrasta com o que vinha ocorrendo até o momento. Mas nós não estamos fazendo um rompimento nacional com o PSB. O PSB participa da base do governo e é nosso aliado”, afirmou Falcão.

O presidente do PT afirmou ainda que a eleição em Belo Horizonte deverá assumir importância nacional, com a polarização da disputa entre PT e PSDB. “A eleição em Belo Horizonte será altamente polarizada. Uma eleição que ganha caráter nacional pela atitude que o prefeito [Márcio Lacerda] tomou ao preferir a aliança com o PSDB e, nesse sentido, ela tende a ser definida no primeiro turno”, disse Falcão.

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