A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) disse nesta segunda-feira (2) que não foi fácil desistir de concorrer como vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo.

“Não pense que foi fácil essa decisão que eu tomei. Foi difícil até mesmo para justificar para o partido, que construiu a aliança. Mas eles entenderam também a minha posição”, afirmou em entrevista ao programa TVForum, transmitida pela internet.

Erundina reafirmou que já tinha aceitado a aliança com o PP, mas decidiu desistir depois da publicação da foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Haddad e o ex-prefeiro Paulo Maluf (PP).

“Política se faz com símbolos, com gestos, eles convencem mais que mil palavras”, disse. “A intimidade do cenário, o afago de Maluf na cabeça de Haddad, a presença do presidente Lula, aquilo me agrediu.”

O desconforto de Erundina vem, segundo ela, da posição antagônica que os dois ocuparam durante a ditadura militar (1964-85). “Maluf não só apoiou o regime, mas foi agente. Durante a minha gestão na prefeitura de São Paulo descobrimos a vala clandestina em Perus, com ossadas de desaparecidos políticos, aberta quando ele era prefeito. Eu, pessoalmente, não aceito convalidar essa forma de convivência entre os antagônicos”.

Erundina também declarou que fará campanha para Fernando Haddad. “Já nos reunimos [com a equipe do programa de Haddad] depois disso [a desistência] e nos reposicionamos no quadro atual. Não nego meu apoio ao projeto de Haddad, que sem dúvida é o melhor”, afirmou.

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