Jingle da campanha de Serra é versão da música "Eu quero tchu, eu quero tcha"

Felipe Amorim

Do UOL, em São Paulo

O jingle da campanha de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo será uma versão da música "Eu quero tchu, eu quero tcha", da dupla sertaneja João Lucas e Marcelo, que terá o refrão: “Eu quero Serra, eu quero já”. O jingle foi tocado no auditório Mauro Pinheiro, onde foi realizada a convenção dos tucanos em conjunto com o PSD, neste domingo (24).

O UOL entrou em contato com a gravadora Som Livre, detentora dos direitos autorais da música, que confirmou o acordo com o PSDB.

Ouça o jingle de Serra

A música foi executada durante todo o evento, nos intervalos entre cada um dos discursos. A campanha eleitoral, porém, só é permitida por lei após dia 6 de julho.

Em seu discurso na convenção, Serra procurou reforçar as marcas da gestão iniciada por ele em 2004 e continuada por Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura, além de fazer comparações diretas entre os feitos da administração municipal e do governo federal, comandado desde 2002 pelo PT.

“Desde 2004 a cidade cresce mais do que o Brasil, na produção e no emprego. Dez por cento dos empregos gerados no Brasil nos últimos anos veio da nossa cidade. Isso não se dá por acaso não, é fruto do esforço do nosso povo e é também responsabilidade dos investimentos do Estado e do município. Investimentos do meu governo e do governo do Geraldo Alckmin”, disse Serra.

Serra defende gestão Kassab

O candidato tucano também citou a criação de vagas nas escolas técnicas de São Paulo que, segundo ele, teriam sido em número maior que as vagas criadas pelo governo federal. A criação de vagas no ensino profissionalizante é uma das bandeiras do ex-ministro da Educação e candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad.

O slogan de campanha de Serra será “Pra São Paulo seguir avançando” e, em seu discurso, o tucano deu mostras de que irá defender a continuidade com a gestão de Kassab, ao citar diversos programas da administração municipal, como a integração no sistema de transporte com o Bilhete Único e a ampliação das áreas verdes na cidade.

“Temos um desafio enorme de mostrar ao povo tudo que nós fizemos”, disse Serra.

A distribuição de verba pelo governo federal também foi criticada. Segundo Serra, apesar de São Paulo arrecadar R$ 143 bilhões em impostos à União, apenas R$ 2 bilhões são investidos de volta na cidade. “São Paulo tem o direito de ampliar a parceria com o governo federal”, afirmou o tucano.

Sem citar diretamente o slogan do petista Haddad, que faz menção à ideia do “novo”, Serra afirmou que “ao contrário do que se imagina, o tempo não desgasta os que lutam. Experiência é virtude”, disse Serra.

Coligação

Na convenção, filiados do PSDB e PSD participavam da votação para confirmar a coligação da qual participa ainda o PR, PV e o DEM.

Eles terão pouco mais de seis minutos no horário gratuiro de TV. Esta estimativa, porém, não leva em consideração o tempo do PSD, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não decidiu qual será o tempo de propaganda eleitoral gratuita que a legenda do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, terá direito.

Na quinta-feira (21), foi fechado um acordo entre os líderes dos partidos que terão um chapão com 110 candidatos a vereador. Apenas o PV ficará de fora do chapão, que será composto pelo PSDB, PSD, DEM e PR. Ainda não foi anunciada pelos partidos qual será a proporção de candidatos que cada legenda irá indicar.

Aníbal critica o "chapão"

O deputado federal José Aníbal (PSDB) criticou a coligação proporcional de seu partido com o PSD, o chamado chapão, na eleição para a Câmara Municipal. “É um absurdo. Você está se coligando com uma força política que tem uma ação predatória contra o PSDB na capital de São Paulo”, disse Anibal ao chegar na convenção tucana.

A decisão do diretório municipal do PSDB de formar chapa proporcional foi tomada durante uma votação em que a proposta venceu com 60% contra 40% dos votos dos filiados do partido, segundo Aníbal.

O deputado diz acreditar que se a votação fosse secreta, a proposta do chapão teria sido derrotada. “Acho que se fosse secreta, nós teríamos vencido. Mas como foi aberta, muito gente se sentiu constrangida e muita gente foi estimulada a não fazer o voto que gostaria de fazer, contrário à coligação proporcional com o PSD", afirmou.

Anibal não disse de quem teria partido os “estímulos”, e apenas citou que foram feitos por “quem tinha interesses na proposta”.

Aníbal defende que a meta do PSDB deve ser eleger ao menos 12 vereadores o que, segundo o tucano, devolveria ao partido a representação na Câmara que tiveram nas eleições de 2004 e 2008.

Durante a entrevista, o tucano se declarou um “político de partido” e afirmou que irá participar da campanha da Serra.

Aníbal era um dos pré-candidatos do PSDB para disputar as eleições municipais. Com a entrada de Serra, ele teve de desistir de sua candidatura e demorou para anunciar apoio ao  ex-prefeito de São Paulo.

Vice

Floriano Pesaro, líder do PSDB na Câmara Municipal, afirmou que Serra tem três nomes fortes para compor a chapa como vice. "Diferente do PT, o PSDB tem muitos candidatos a vice. No partido, o nome mais forte é o Andrea Matarazzo. O PSD indicou Alexandre Schneider e o DEM apresentou Rodrigo Garcia. Mas a escolha do vice tem que ser do Serra", disse.

Ele reforçou que é "um desejo da sigla" ter um nome para vice do candidato tucano e que Matarazzo está à frente na disputa. "Eu diria que Matarazzo está à frente, mas a escolha é do Serra. A escolha será definida até o dia 30", afirmou.

Além dos nomes citados por Pesaro, Eduardo Jorge (PV) havia sido indicado por Kassab para o cargo. Durante entrevista, Pesaro foi lembrado do nome e se corrigiu: "temos quatro grandes nomes, então".

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