'Vamos olhar para o para-brisa, não para o retrovisor', diz Maluf ao anunciar apoio a Haddad

Aiuri Rebello

Do UOL, em São Paulo

O presidente do PP em São Paulo, o deputado federal Paulo Maluf, anunciou oficialmente, no início da tarde desta segunda-feira (18), apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo.

O anúncio foi feito na casa de Maluf, na zona sul da capital paulista, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não quis falar com a imprensa. A estimativa é que a aliança dará a Haddad 1m43s a mais de tempo na propaganda eleitoral de rádio e TV, totalizando 7min51s, contra 6min43s do pré-candidato tucano, José Serra.

Tanto Haddad quanto Maluf festejaram a aliança, que foi classificada de “necessária para a cidade de São Paulo”. Em entrevista à “Folha de S.Paulo” publicada ontem (17), a recém-indicada candidata a vice de Haddad, Luiza Erundina (PSB), disse que a presença de Maluf em eventos públicos seria “contraproducente do ponto de vista eleitoral”.

Questionado sobre o fato de estar do mesmo lado de duas adversárias na campanha  --Luiza Erundina e Marta Suplicy (PT)--, Maluf disse que o momento é de olhar para frente. “Erundina foi uma excelente prefeita, assim com a Marta também foi. Não adianta olhar pelo retrovisor, temos que olhar para o para-brisa”, declarou.

“O PP decidiu apoiar o próximo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, porque acreditamos que os problemas de São Paulo não serão resolvidos apenas pela administração municipal, e, sim, em conjunto com o governo federal”, disse Maluf.

Maluf e Haddad falam sobre divergência com Erundina no anúncio da aliança entre PT e PP

"Você tem boa memória", diz Maluf sobre Pitta no anúncio de apoio

Haddad disse que a cidade de São Paulo deve ficar acima de possíveis divergências ideológicas entre as duas siglas ao justificar a aliança. “Não é hora de ficarmos presos às divergências, temos de buscar os pontos de convergência. As divergências sempre existiram e continuarão existindo”, afirmou.

“Não há contradição [no apoio de Maluf]. Desde janeiro dissemos que vamos buscar apoio dos partidos que estão na base do governo Dilma. O PP integra essa base desde 2004. Logo, nada mais natural que tenhamos buscado o apoio deles também em São Paulo”, declarou Haddad.

Em meio à negociação com o PT, segundo a “Folha de S.Paulo”, o partido teria prometido a Maluf a indicação de Osvaldo Garcia para ser secretário nacional de saneamento ambiental do Ministério das Cidades. “Eu nem o conheço”, disse Maluf sobre Garcia.

Questionado se irá participar do palanque ao lado de Haddad, Maluf disse que “hoje o palanque não é mais o mesmo". "Você não tem mais aqueles shows. Hoje o palanque é eletrônico. Se for convidado, estarei presente com certeza”, afirmou.

Haddad, por sua vez, declarou que ainda vai avaliar a importância e conveniência de ter Maluf no palanque.

Após a saída de Lula, Haddad e Maluf celebraram a aliança com uma feijoada na casa do deputado, antes de seguir para a sede do PP, na Bela Vista, região central de São Paulo, para homologar a aliança.

Haddad chega a 8%, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada no domingo (17) mostra o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, na liderança, com 30%, e uma alta nas intenções de voto de Haddad após a entrada do ex-presidente Lula na campanha do ex-ministro da Educação. Haddad passou de 3%, em março, no penúltimo levantamento do instituto, para 8%. Em segundo lugar  em Celso Russomanno (PRB), com 21%.

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