Pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo atacam governo e sindicato após tumultos com greve do metrô

Do UOL, em São Paulo

A greve parcial do metrô de São Paulo e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metroplitanos), que causou tumulto, protestos e congestionamento recorde na história da capital, na manhã desta quarta-feira (23), provocou a reação de alguns dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo. Os políticos aproveitaram o fato para atacar o governo do Estado, comandado pelo PSDB há 14 anos, e o sindicato responsável pela paralisação.

A pré-candidata do PPS, Soninha Francine, que na semana passada provocou polêmica ao postar em sua conta no Twitter comentários sobre a colisão entre dois trens na Linha 2-Vermelha do Metrô de São Paulo, criticou o protesto de usuários do metrô e sindicalistas, que fecharam vias próximas à Estação Corinthians-Itaquera do Metrô, e ação da Polícia Militar, que dispersou a confusão com bombas de gás.

"População louca da vida com a greve em São Paulo fecha avenida e fura pneu de ônibus. PM dispensa com bomba de fumaça. Tudo, todos os métodos, errados", afirmou a pré-candidata. Ela ainda reclamou da velocidade baixa nas Linhas 1-Azul e 2-Verde do Metrô.

Celso Russomanno (PRB) criticou o governo do Estado e a prefeitura por falta de um plano de emergência. "O que ocorre hoje em São Paulo é uma falta de responsabilidade por parte dos governos estadual e municipal", afirmou pré-candidato, que ainda tenta uma aliança com o pré-candidato do PC do B, Netinho de Paula, nas eleições deste ano.

"As autoridades sabiam da possibilidade dessa greve e não tomaram nenhuma atitude imediata para aliviar os transtornos à população enquanto as negociações entre a Secretaria de Estado dos Transportes e o Sindicato dos Metroviários prosseguem. O governante tem obrigação de buscar alternativas como autorizar, por tempo determinado, ônibus fretados e vans e liberar o compartilhamento de táxis durante a greve", disse Russomanno.

Netinho de Paula afirmou no Twitter que é importante priorizar o investimento no transporte público, em especial nos corredores de ônibus de São Paulo.

Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB, também partiu para o ataque em sua conta no Twitter. "O caos em São Paulo hoje mostra a falta de planejamento da nossa cidade. Precisamos de competência e ousadia para tratar a mobilidade", afirmou. "Quem mais sofre é quem mais precisa. Triste desorganização da maior e mais rica cidade da América Latina", disse instantes depois.

Até a tarde desta quarta-feira (23), dois dos principais pré-candidatos à prefeitura paulistana, Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB), não haviam se manifestado sobre a greve.

Motivação política

Mais cedo, em entrevista à Rede Globo, o governador Geraldo Alckmin afirmou que a greve possui motivações políticas. "Ano passado não teve eleição nem nenhuma greve, este ano tem (eleição e greve). Será que é só coincidência?", disse o tucano, que prometeu ir "até as últimas consequências" para fazer com que a decisão do TRT (Tribunal regional do Trabalho), de que os grevistas coloquem para funcionar 100% da frota de trens nos horários de pico (das 5h às 9h e das 17h às 20h).

Dagnaldo Gonçalves, integrante da executiva do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, afirmou que  para Alckmin, “tudo tem motivação política”. “Se ele se preocupasse menos com política, nada disso estaria acontecendo", disse o sindicalista.

Longas filas e ônibus lotado marcam manhã de greve em SP

UOL Cursos Online

Todos os cursos