Lula e Dilma aparecem com Haddad pela 1ª vez em São Paulo; ex-ministro diz que foi cortesia

Priscila Tieppo

Do UOL, em São Paulo

Em primeira aparição pública em São Paulo com o pré-candidato do PT à prefeitura, Fernando Haddad, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff visitaram a exposição Guerra e Paz, de Portinari, no Memorial da América Latina, na tarde desta sexta-feira (18). Lula e Haddad já haviam dividido o palanque em evento em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo.

Lula e Dilma não falaram com a imprensa. Haddad afirmou que a presença dos dois "era uma cortesia" para São Paulo.

"Essa foi uma visita de cortesia. O governo se envolveu muito nessa exposição. Quando Dilma soube que o Lula também queria visitá-la pediu para reagendar para uma data que os dois pudessem vir juntos. Ela veio especialmente para essa exposição", disse.

Sobre a presença de Dilma e Lula na campanha, Haddad disse que espera que o debate eleitoral ocorra em torno das propostas e não "de presenças políticas". "São lideranças importantes [Lula e Dilma], sempre vão ter um peso, mas eu quero crer que, em São Paulo, o povo preste a atenção nas propostas de governo", disse.

Chico Macena, líder da bancada do PT na Câmara em São Paulo, reiterou o que Haddad disse sobre a visita de Lula e Dilma. "Fomos todos convidados e viemos para ver a exposição, foi isso", afirmou.

Antes da visita ao Memorial da América Latina, Dilma, Lula e Haddad almoçaram no restaurante Bacalhau, VInho e Cia, no Centro de São Paulo.

Haddad disse que no almoço não trataram sobre a campanha. "O almoço girou em torno da questão internacional. Lula e Dilma falaram sobre a situação na Europa", afirmou Haddad.

Estavam presentes no almoço, além de Lula, Dilma e Haddad, o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o presidente estadual do PT, deputado estadual Edinho Silva (PT), e o vereador paulistano Antonio Donato (PT). Marisa, mulher de Lula, também participou.

Lula e Dilma na campanha de Haddad

 

O objetivo da aparição pública é tentar alavancar Haddad nas pesquisas eleitorais e torná-lo conhecido pelos eleitores. A visita acontece na mesma semana em que foi veiculada na TV e no rádio a propaganda eleitoral do PT em que Lula e Dilma aparecem com o pré-candidato, pregando que o partido "representa a renovação".

O ex-ministro da Educação aparece com 3% das intenções de voto na capital, segundo pesquisa Ibope divulgada este mês, atrás de José Serra (PSDB), com 31%, Celso Russomanno (PRB), 16%, Netinho de Paula (PC do B) aparece em terceiro, com 8% e Soninha Francine (PPS) obteve 7%. Gabriel Chalita (PMDB) teve 6% das intenções de voto, e Paulinho da Força (PDT), 5%.

O PT aposta na figura de Lula e na militância para vencer as eleições em diversos municípios do país. Entre eles está  São Paulo, cidade que é governada há 7 anos pelo PSDB e aliados. Em 2000, o PT ganhou a eleição à prefeitura paulistana com Marta Suplicy (2001-2005), mas ela não conseguiu se reeleger, sendo sucedida por José Serra (PSDB), atual pré-candidato tucano no pleito.

Na agenda da presidente Dilma, estava prevista a inauguração de um prédio da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em Diadema (Grande São Paulo), mas o evento foi cancelado.

Após passar pelo Memorial, Dilma seguiu para uma visita ao cardeal-arcebispo de São Paulo, D. Paulo Evaristo Arns, em Taboão da Serra (zona oeste).

Exposição

Durante a visita, os políticos presentes (Aloízio Mercadante, Tereza Campello, Arlindo Chinaglia, Edinho, Antonio Donato, Eduardo Suplicy, Luiz Marinho, Gilberto Carvalho e Chico Macena) assistiram a um vídeo explicativo das obras Guerra e Paz, de nove minutos, aplaudiram ao final e Dilma interagiu com crianças que faziam uma excursão no Memorial e também viram o vídeo.

A presidente ganhou dos organizadores um medalhão de ouro em formato de espantalho, desenho feito por Portinari e que ele considerava seu auto-retrato.

O local foi fechado a partir das 13h e só reabriu após a saída da comitiva presidencial, por volta das 17h. O impedimento da entrada do público causou revolta em alguns cidadãos que foram para ver as obras e tiveram de esperar a saída da presidente. Não estava previsto o fechamento do Memorial para esta visita, de acordo com a assessoria de imprensa do local, quando a ida de Dilma foi confirmada, na última quinta (17).

O Projeto Portinari, que organiza a exposição, tratou como "momento histórico" a visita de Lula e Dilma ao Memorial. Em nota, João Candido Portinari, Fundador-Diretor Geral do projeto, afirmou que o ex-presidente foi o único líder a citar a obra em discurso da ONU (Organização das Nações Unidos) - onde os quadros Guerra e Paz estavam expostos, pois foram dados de presente pelo Brasil para a organização. A exposição fica em cartaz até domingo (20).

Lula, Dilma e Haddad visitam exposição em São Paulo

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