Volta de Lula aos palanques tem telão, músicos e até funcionário de uniforme de empreiteira que fez a obra

Mário Rossit

Do UOL, em São Bernardo do Campo (SP)

A inauguração do primeiro CEU (Centro Educacional Unificado) de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, neste sábado (15), teve estrutura de megaevento político.

Telões, grupos musicais folclóricos, claque até funcionários uniformizados da empreiteira responsável pela obra, a OAS, criaram o clima para troca de elogios entre o políticos que discursaram durante a inauguração.

Pelo menos mil pessoas, segundo cálculos da Guarda Municipal, participaram do evento.

Funcionários públicos da prefeitura foram levados até o local com vans da prefeitura. Alguns usavam jaleco de agentes comunitários de saúde. Diziam que foram até lá para “dar suporte”ao evento.

Tosse interrompe discurso

Os motoristas das vans usavam uma camiseta com a foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da mulher dele, Marisia Letícia.

Campanha

O evento marcou a volta do ex-presidente aos palanques, depois de ter se curado de um câncer na laringe, e serviu para candidatos aparecerem ao lado do líder petista.

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), candidato à reeleição, foi um deles. Aliado histórico de Lula foi tratado pelo ex-presidente “como o melhor prefeito” que São Bernardo já teve.

O palanque improvisado em uma sacada de um prédio do CEU ficou apinhado de políticos e aproximou, pela primera vez, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e o pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

Marta era nome certo na disputa. Foi pressionada por Lula a abandonar sua pré-candidatura para apoiar o ex-ministro da Educação.

Em público, tudo indica, as desevenças foram esquecidas. Marta disse, em seu discurso, que ela e Lula vão ajudar Haddad –que aparece com 3% na última pesquisa Datafolha-- na campanha.

O ex-ministro retribuiu o afago da senadora. Na sua fala, lembrou que o CEU era um projeto de Marta, quando governou a capital, de 2001 a 2004.

Lula foi quem deu o tom final. Lembrou seus feitos pelo ABC e disse que em “15 ou 20 dias” estará em forma para “ajudar o partido a continuar crescendo”. Ele teve de interromper seu discurso por conta de uma crise de tosse.

 

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