Uma semana após a aprovação pelo diretório municipal do PT de Belo Horizonte (MG) de resolução em que “reitera a não participação na coligação para as eleições do PSDB, PPS e DEM” e “estabelece a necessidade da coligação PT-PSB na chapa de candidatos a vereador”, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), reuniu na manhã deste domingo (1º) os pré-candidatos a vereador de sua legenda e disse a todos: “Não existe essa dicotomia. É falso o dilema PT versus PSDB. A coligação é muito grande. No nosso partido ninguém quer derrubar ninguém e vamos respeitar os parceiros/adversários”, afirmou, para uma plateia de cerca de 80 pré-candidatos a vereador do PSB. 

Após a aprovação da resolução do PT no último domingo (25, houve troca de acusações entre tucanos e petistas envolvidos na eleição da capital mineira. Os pré-candidatos socialistas a vereador, por sua vez, demonstraram receio, já que a chapa montada pelo PT para a disputa proporcional é considerada forte. Atualmente, o PSB ocupa duas cadeiras na Câmara de Belo Horizonte, e o PT, seis.

Durante o encontro, o prefeito disse aos candidatos que a população está mais interessada em discutir as questões do seu dia-a-dia. Para ele, a população está atenta às questões que lhe dizem respeito, como saúde, educação e mobilidade, e é indiferente às diferenças políticas e partidárias.

Lacerda citou as dificuldades que os candidatos das eleições proporcionais enfrentarão por conta do desprestígio da Câmara Municipal. “Com o atual processo de desmoralização do legislativo de Belo Horizonte, por diversos motivos, é necessário estar atento às questões de gestão e planejamento da cidade. Vou apresentar diagnósticos territoriais e setoriais do nosso governo para subsidiar os candidatos nas conversas com a população”, afirmou.  

O prefeito disse também que não haverá decisão sobre a questão das coligações, sobretudo para as eleições proporcionais, antes de junho, quando serão realizadas as convenções para escolha dos candidatos. “Não temos nenhum compromisso assumido na questão da coligação proporcional com o PT.” Um vereador do encontro do PSB que preferiu não se identificar disse, após o encontro, que o partido não vai aceitar a coligação proporcional. “Não é recomendável”, afirmou.