Prévias do PSDB são encerradas; estimativa é que resultado saia às 16h

Leandro Rodriguez e Mário Rossit

Do UOL, em São Paulo

O PSDB encerrou por volta das 15h deste domingo (25) as prévias para escolher o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. O ex-governador José Serra, 70, é o favorito. Serra enfrentou o secretário estadual de Energia, José Aníbal, 59, e o deputado federal Ricardo Tripoli, 59, em eleições internas inéditas na capital, desde a fundação do partido, em 1988. Ainda não foi divulgado o total de filiados que votaram, mas eram esperados 5.000 dos cerca de 21 mil aptos a votar.

O resultado deve ser divulgado ainda no final da tarde de hoje --segundo estimativa da legenda, o vencedor deve ser anunciado às 16h. Serra recebeu hoje o apoio público do governador Geraldo Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo dirigentes tucanos, Aníbal seria o único que poderia desbancar o ex-governador. “Pode vir uma zebra por aí, mas é muito pouco provável”, diz um dirigente estadual que preferiu não se identificar. 

O processo ocorreu sem registro de tumulto nos 58 locais de votação, mas cinco deles apresentaram problemas e tiveram que adotar cédulas para fazer a votação de forma manual.

As prévias foram oficialmente abertas no colégio Saint Exupery, no Butantã, zona oeste da capital, antes das 9h, horário previsto para o início da votação. Pelo menos para o filiado José Cecati, que se antecipou em 15 minutos à abertura do sistema eletrônico de votação elaborado especialmente para o partido.

"É muito importante que o PSDB faça prévias", disse Cecati, sem revelar qual seria seu voto. O filiado teve mais sorte do que os dois seguintes: o sistema, que recebeu R$ 100 mil em investimentos, segundo Julio Semeghini, presidente do diretório municipal do PSDB, parou de funcionar porque não reconhecia o título de eleitor dos filiados. O uso de cédulas na votação chegou a ser cogitado, mas após cerca de meia hora o sistema voltou ao normal.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou ao local por volta das 10h e declarou seu voto em Serra. Em seguida, tomou café com o secretário estadual Bruno Covas (Meio Ambiente) e Semeghini, entre outros. Segundo Alckmin, "estamos otimistas que o PSDB ganhará as eleições em São Paulo. Começamos bem, porque a democracia começou em casa, ouvindo a militância". Para ele, Andrea Matarazzo, secretário estadual (Cultura), e Bruno Covas foram "generosos" em sua desistência em disputar as prévias.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também declarou seu voto em Serra, mas defendeu as prévias internas. Para FHC, ter o ex-governador como candidato "é meio caminho andado" para o PSDB na eleição municipal.

Entenda o processo

A entrada de Serra na disputa ocorreu de última hora, em 27 de fevereiro. Antes, além de Aníbal e Tripoli, estavam na disputa os secretários estaduais Bruno Covas (Meio Ambiente) e Andrea Matarazzo (Cultura). Ambos retiraram seus nomes assim que Serra anunciou que seria pré-candidato. A saída favoreceu o ex-governador, que deverá herdar a maioria dos votos dos dois secretários.

O processo interno de escolha do candidato paulistano, no entanto, começou em outubro do ano passado, após pressão de Aníbal, Tripoli, Covas e Matarazzo --que queriam a indicação do partido. O legenda chegou a organizar debates entre os quatro. O primeiro ocorreu em outubro de 2011, com abertura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). Serra, apesar dos pedidos de Aníbal e Tripoli, não participou de nenhuma discussão após ingressar na disputa.

Quando anunciou que ia disputar as prévias, o ex-governador tucano afirmou que sua intenção como candidato era conter o avanço do PT no país. Desde o começo, ele adotou a estratégia de discutir temas nacionais, em detrimento dos assuntos diretamente relacionados à capital. Fez, inclusive, ataques, por meio de artigo publicado no jornal "O Estado de S.Paulo", ao candidato do PT, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad e à política educacional do governo federal.

O anúncio de que seria candidato teve efeito imediato no eleitorado. Após se lançar na disputa, o ex-governador subiu nove pontos em pesquisa de intenção de votos do Datafolha, realizada entre os dias 1º e 2 de março. O tucano apareceu com 30% dos votos, na frente de Celso Russomanno (PRB), que tinha 19%. Haddad, candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tinha 3% à época.

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