Em entrevista coletiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu que a oposição não seja "raivosa" nem busque "vingança" contra o governo de Dilma Rousseff, mas pode continuar com "raiva" dele próprio.
"Queria pedir à oposição que, a partir do dia 1º de janeiro, torcesse para o Brasil dar certo. Contra mim, pode continuar raivosa", afirmou Lula.
O presidente disse que a oposição foi vingativa em seu governo. "Peço que não façam com Dilma o que fizeram comigo, a política da vingança. Eles trabalharam para o país não dar certo."
Lula também afirmou que Dilma vai ter de saber perdoar. "Ela sabe que não pode ficar com raiva do que aconteceu no processo eleitoral. É como se um jogador de futebol tomasse uma cotovelada e ficasse o o jogo todo pensando em se vingar."
"Não faz bem pra alma, né, presidente?", comentou Dilma, quando ele falou sobre isso.
"Não posso dizer como vai ser a oposição, aí já é demais, né? Mas tem de saber diferenciar o que é interesse nacional e o que é briga partidária", declarou Lula
O presidente elogiou o passado de guerrilheira de Dilma. "O que as pessoas viam como defeito, eu vejo como virtude. O fato de ela, muito jovem, ter resolvido brigar para garantir a democracia no Brasil. A vitória da Dilma é a vitória daqueles que perderam em 1968. Ela provou que é possível chegar ao poder no jogo democrático."
Lula disse que Dilma vai ter de aprender a se relacionar com todos no Congresso. "Ela vai se relacionar com os senadores que estão aí. Vai ter de conversar com um companheiro do PCdoB e com o Tiririca. Com a oposição e com a situação. Essa é a lógica do jogo."
O presidente citou o fato de alguns senadores oposicionistas não terem se reeleito, como Arthur Virgilio (PSDB) e Tasso Jereissati (PSDB). "Certamente vamos ter senadores com menos raiva do que alguns que saíram. Só o fato de querer conversar e não gritar, já é meio caminho andado", disse Lula, sem mencionar nomes.
Lula fez as declarações em entrevista coletiva no Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira, acompanhado da presidente eleita, Dilma Rousseff.