03/11/2010 - 11h33

Lula pede que oposição seja "raivosa" com ele, não com Dilma

Do UOL Eleições
Em São Paulo

Em entrevista coletiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu que a oposição não seja "raivosa" nem busque "vingança" contra o governo de Dilma Rousseff, mas pode continuar com "raiva" dele próprio.

"Queria pedir à oposição que, a partir do dia 1º de janeiro, torcesse para o Brasil dar certo. Contra mim, pode continuar raivosa", afirmou Lula.

O presidente disse que a oposição foi vingativa em seu governo. "Peço que não façam com Dilma o que fizeram comigo, a política da vingança. Eles trabalharam para o país não dar certo."

Lula também afirmou que Dilma vai ter de saber perdoar. "Ela sabe que não pode ficar com raiva do que aconteceu no processo eleitoral. É como se um jogador de futebol tomasse uma cotovelada e ficasse o o jogo todo pensando em se vingar."

"Não faz bem pra alma, né, presidente?", comentou Dilma, quando ele falou sobre isso.

"Não posso dizer como vai ser a oposição, aí já é demais, né? Mas tem de saber diferenciar o que é interesse nacional e o que é briga partidária", declarou Lula

O presidente elogiou o passado de guerrilheira de Dilma. "O que as pessoas viam como defeito, eu vejo como virtude. O fato de ela, muito jovem, ter resolvido brigar para garantir a democracia no Brasil. A vitória da Dilma é a vitória daqueles que perderam em 1968. Ela provou que  é possível chegar ao poder no jogo democrático."

Lula disse que Dilma vai ter de aprender a se relacionar com todos no Congresso. "Ela vai se relacionar com os senadores que estão aí. Vai ter de conversar com um companheiro do PCdoB e com o Tiririca. Com a oposição e com a situação. Essa é a lógica do jogo."

O presidente citou o fato de alguns senadores oposicionistas não terem se reeleito, como Arthur Virgilio (PSDB) e Tasso Jereissati (PSDB). "Certamente vamos ter senadores com menos raiva do que alguns que saíram. Só o fato de querer conversar e não gritar, já é meio caminho andado", disse Lula, sem mencionar nomes.

Lula fez as declarações em entrevista coletiva no Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira, acompanhado da presidente eleita, Dilma Rousseff.

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