31/10/2010 - 23h34

Com maioria no Congresso, Dilma deve ter mais facilidade do que Lula para aprovar projetos

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

A recém-eleita presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT), deverá ter mais facilidade para aprovar projetos do governo do que o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Diferentemente do que ocorreu nos oito anos de Lula na Presidência da República, os partidos da base governista possuem ampla maioria no Congresso Nacional.

Veja como ficou a composição da Câmara dos Deputados

Na Câmara dos Deputados, o maior partido será o PT, com 88 cadeiras, cinco a mais do que na atual legislatura, de acordo com levantamento feito pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Na sequência, aparece o PMDB, com 79 parlamentares, contra os 89 atuais.

Infográfico mostra a nova configuração do Senado

A terceira maior bancada na Câmara será ocupada pelo PSDB, com 53 parlamentares, ante os 42 da atual legislatura. Já o DEM terá 43 cadeiras, contra as 64 conquistadas na eleição de 2006, quando a legenda ainda se chamava PFL. O PPS, terceiro principal partido da oposição, terá 12 deputados, dez a menos do que possui atualmente.

A situação é semelhante no Senado. Das 81 cadeiras, a banca governista terá 59 parlamentares. O PMDB lidera com 21 senadores, seguido pelo PT, com 14 cadeiras. Essa configuração garante ao PT a segunda escolha para cargos da Mesa Diretora e para as comissões temáticas da Casa.

Em contrapartida, as bancadas do DEM e PSDB reduziram. A partir de 1º de fevereiro de 2011, os senadores do DEM passarão de 13 para seis. Já os tucanos perderam três cadeiras, e na próxima legislatura terão 11 senadores.

Soma-se a isso o fato de que parlamentares tradicionais da oposição, como Marco Maciel (DEM- PE), Artur Virgílio (PSDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB- CE) e Heráclito Fortes (DEM-PI) foram derrotados nesta eleição. Do núcleo duro que forma oposição atual, apenas Demóstenes Torres (DEM-GO) e José Agripino (DEM-RN) conseguiram se reeleger.

Os números no Congresso ainda estão sujeitos a alterações, já que a Justiça Eleitoral ainda julgará cerca de um terço dos casos relacionados à Lei da Ficha Limpa.

Enquanto a expectativa do novo governo é de ter mais facilidades para a tramitação de matérias no Congresso, líderes das duas Casas ainda divergem sobre as prioridades de votação para o fim deste semestre.

A tendência é de que só sejam votadas matérias em que há consenso. Polêmicas como a Emenda 29 --que define as contribuições na área da saúde da União, Estados e municípios-- devem ser votadas somente na próxima legislatura.

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