Na TV, Dilma questiona palavra de Serra; tucano fala em combater o crack

A presidenciável Dilma Rousseff (PT) aproveitou o horário eleitoral da tarde desta quarta-feira (27) para criticar seu rival, José Serra (PSDB), por ter renunciado ao cargo de prefeito de São Paulo em 2006 para disputar o governo do Estado. Já o programa do candidato tucano deu ênfase a propostas na área de segurança e, em especial, ao combate às drogas.

"Eu, José Serra, comprometo-me, se eleito prefeito de São Paulo, a cumprir os quatro anos de mandato na íntegra", afirmou uma narração da propaganda petista, enquanto um documento com a assinatura do tucano era exibido na tela. "Esse documento foi assinado por Serra, mas ele abandonou a prefeitura para disputar a eleição de governo", prosseguiu o locutor. Durante a disputa com Marta Suplicy (PT) pelo comando da capital paulista, em 2004, o tucano registrou em cartório o compromisso citado pela peça.

Em seguida, o documento é amassado e atirado em uma lata de lixo. A narração conclui: "que valor tem a palavra de um presidente que transforma seus valores e compromissos numa mera bolinha de papel?". A frase faz referência ao incidente da última quarta (20), quando o tucano foi atingido durante tumulto em caminhada realizada no Rio de Janeiro. Petistas dizem que foi só uma bolinha de papel, enquanto tucanos afirmam que Serra também foi atingido por outro objeto mais pesado.

Serra iniciou seu horário eleitoral defendendo as privatizações do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), como já havia feito em outras ocasiões. "O Serra defendeu a modernização da telefonia. O PT, da Dilma, foi contra", afirmou um narrador. Pouco depois, a peça repetiu propostas na área de segurança, como a criação do Ministério da Segurança.

O programa tucano também voltou criticar a atuação do governo no combate às drogas. "Nas fronteiras, falta pulso firme do governo federal", afirmou o locutor. "O crack é assim: quanto mais você tem, mais você quer", afirmou um usuário entrevistado pela campanha. "O crack mata mais do que o câncer", disse o psiquiatra Ronaldo Laranjeira.

Serra prometeu criar, se eleito, uma rede nacional de clínicas para o tratamento contra as drogas, além de enfrentar o problema do tráfico nas fronteiras "com armamento e tecnologia de verdade, não com disco voador".

Além disso, foram exibidas imagens de um ato de apoio ao presidenciável realizado na capital fluminense. "O Rio de Janeiro parou para ver José Serra", afirmou um locutor. Foram exibidas falas do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e de Aécio Neves (PSDB), senador eleito por Minas Gerais, dentre outros.

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