26/10/2010 - 16h15

Serra nega direcionamento, mas admite possível "acordo" entre construtoras do metrô

Daniel Milazzo
Do UOL Eleições
No Rio de Janeiro

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, negou ter havido "direcionamento" em uma licitação do metrô de São Paulo aberta em outubro de 2008, quando o tucano era governador do Estado. A Folha de S.Paulo informou nesta terça-feira (26) que o resultado da licitação já era conhecido seis meses antes da divulgação oficial dos vencedores, anunciada na última quinta-feira.

Resultado de licitação do metrô de SP já era conhecido antes

"Direcionamento não houve. Pode ter havido acordo de construtoras, e eu creio que o governador Goldman vai instaurar agora uma investigação incluindo, inclusive, o Ministério Público, para ver se houve acordo entre as empresas", disse nesta terça-feira (26) em visita às obras no estádio do Maracanã, na capital fluminense.

"Eu lembro que foi feita uma licitação, foi depois do meu governo, foi feita uma licitação que foi cancelada porque os preços não eram bons para o Estado, que queria preços mais baixos. Foi feita depois uma outra concorrência, que teve preços menores. Portanto, o interesse do Estado foi defendido", prosseguiu o presidenciável, que já havia tocado no assunto mais cedo nesta terça. "Não sou mais governador", disse então.

Estatal do governo paulista, o Metrô suspendeu e mandou refazer todo o processo licitatório em abril deste ano, mês em que Serra deixou o cargo de governador para disputar o Palácio do Planalto. A companhia afirmou que irá investigar o caso. Os consórcios vencedores do processo também negaram "acertos" ou irregularidades.

Incidente em Campo Grande

Serra voltou a mencionar a agressão sofrida na semana passada no bairro de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, para criticar a campanha de sua adversária, Dilma Rousseff (PT). "Eu sofri muito nessa campanha com bloqueios do batalhão de choque do PT, como o que aconteceu outro dia em Campo Grande",  afirmou o presidenciável.

No último dia 20, Serra foi atingido na cabeça durante caminhada realizada no Rio de Janeiro e que terminou em tumulto. Petistas dizem que foi só uma bolinha de papel. Os tucanos afirmam que Serra foi atingido por um objeto mais pesado além da bola de papel. O incidente fez Serra cancelar sua agenda no Rio de Janeiro na ocasião.

"Nunca vi tanta mentira por unidade de tempo proferidas por nossos adversários como nessa campanha. Quando um não quer, o nível não fica bom", afirmou o ex-governador de São Paulo ao comentar o tom da disputa presidencial no segundo turno.

No gramado do Maracanã, Serra ainda criticou a recente alta dos preços dos alimentos. "Estamos tendo inflação de alimentos como há muito tempo não se via. De alimentos básicos. Carne está virando produto de luxo. Aumentou frango, carne de porco, arroz, açúcar", disse o tucano, que acusou o governo de ser "inerte" nessa questão. "Uma política de estoque, uma infraestrutura adequada teriam permitido evitar situação", afirmou.

Copa do Mundo

O presidenciável do PSDB justificou sua visita ao estádio carioca dizendo se tratar "de um local simbólico para o país". "O Maracanã é a identidade do nosso futebol, indiscutivelmente", disse Serra, que elogiou a velocidade das obras no local para a Copa do Mundo de 2014.

Ele aproveitou a oportunidade para visitar o Centro de Memória do estádio. Ao passar pelo "hall da fama" do Maracanã, Serra experimentou as pegadas de Romário, Garrincha e Pelé. "A do Pelé foi a que encaixou melhor no meu pé", disse.

O candidato também se mostrou otimista com a perspectiva de que o estádio já seja utilizado na Copa das Confederações, em 2013. "Quem é da minha geração, que era muito criancinha quando houve a Copa de 1950, tem um osso atravessado na garganta", afirmou o tucano, dizendo sempre ter sido favorável à realização do Mundial de 2014 no Maracanã.

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