22/10/2010 - 13h58

Dilma e Serra trocam acusações na TV sobre incidente com tucano

Do UOL Eleições
Em São Paulo

Os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) usaram o horário eleitoral da tarde desta sexta-feira (22) para trocar acusações relacionadas ao incidente da última quarta (20), quando o tucano foi atingido durante tumulto em caminhada realizada no Rio de Janeiro. Os petistas dizem que foi só uma bolinha de papel. Os tucanos afirmam que Serra foi atingido por mais um objeto pesado além da bola de papel.

Bolinha de papel x rolo de fita: o tema é relevante para a escolha do presidente?

Depois de abordarem o assunto em seus programas de quinta (21), eles insistiram no tema: enquanto a peça petista voltou a classificar o episódio de "teatro", o ex-governador de São Paulo acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "atropelar a lei". A propaganda de Serra também disse que o programa exibido pelo PT tenta "falsear os fatos, atacando a vítima".

"O presidente da República pode apoiar quem ele quiser, é direito dele, mas não pode atropelar a lei, não pode misturar campanha com governo. É isso que está acontecendo", disse Serra, que também mencionou a  "agressão das declarações da candidata [Dilma] e do próprio presidente".

Na quarta, o ex-governador de São Paulo foi atingido pelo menos por uma bolinha de papel na cabeça durante caminhada realizada no Rio de Janeiro e que terminou em tumulto entre militantes tucanos e petistas. Um vídeo do SBT exibe o objeto atingindo o presidenciável.

No entanto, segundo a assessoria tucana, Serra foi atingido duas vezes, pela bola de papel e, num outro momento, por um outro objeto mais pesado. O Jornal Nacional exibiu nesta quinta-feira uma reportagem  corroborando a versão da campanha do PSDB.

O perito Ricardo Molina, ex-professor da Unicamp e que investiga casos polêmicos há décadas, disse em entrevista à TV Globo, que Serra também havia sido atingido por um rolo de fita adesiva, além da bola de papel. Um vídeo, sem muita definição, mostra um suposto objeto atingindo o tucano em outro momento.

O incidente fez Serra cancelar sua agenda no Rio de Janeiro. Ele realizou exames com o médico Jacob Kligerman, secretário da Saúde na gestão do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM), que recomendou repouso ao tucano por 24 horas. No dia seguinte, a campanha petista na TV qualificou de "simulação" o episódio. O presidente Lula, por sua vez, acusou o candidato do PSDB de mentir.

"Infelizmente, episódios como os desta semana, de intolerância e de falta de convivência democrática, já ocorreram outras vezes", afirmou a narradora da propaganda tucana nesta sexta, que, em seguida comparou o candidato a Mario Covas, que foi agredido por militantes do PT durante manifestação em São Bernardo do Campo (SP), em 2000.


No programa desta sexta, a candidata do PT voltou a criticar o adversário pelo ocorrido. Depois de dizer que o PT "é contra a violência, mas também contra a manipulação", a narração da propaganda afirmou que Serra se aproveitou da confusão para "simular uma agressão que não aconteceu". "Esse teatro todo definitivamente não combina com um candidato à Presidência", completou a narração.

O programa petista também falou de privatizações. “O risco de Serra privatizar a Petrobras e o pré-sal e de descontinuar programas do governo Lula está muito presente no dia a dia brasileiro”, disse um locutor. "[Privatizar] É o que eles farão, não só com o pré-sal, mas com a Petrobras", afirmou Dilma em um comício exibido na TV, que também destacou o início da exploração da camada de pré-sal na Bacia de Campos na próxima semana.

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